A chuva que caiu no Rio de Janeiro na última terça-feira (03/04) não impediu o sucesso da primeira edição carioca do Cerveja com Dados. Reunidos na Casa Pública, a sede da Agência Pública na cidade, jornalistas, programadores, acadêmicos e servidores públicos compartilharam diversas impressões sobre o trabalho guiado por dados.

Mesmo com chuva, Cerveja com Dados lotou a Casa Pública no Rio

Às cerca de 70 pessoas presentes foram apresentados cinco projetos e metodologias de trabalho, no formato de lightning talks (falas curtas e “direto ao ponto”). O primeiro foi o Python Para Humanas, tocado por Josir Gomes, doutorando do IBICT/UFRJ. Ele adaptou a metodologia criada por nosso gerente de programa, Álvaro Justen (Turicas), e o jornalista Pedro Burgos para o MOOC do Knight Center “Introdução à Programação: Python para jornalistas” e criou um workshop rápido de como usar Python. No workshop, os participantes aprendem a lidar com CSVs e fazer pesquisas com palavras-chaves em grandes bases de dados, tudo explicado para quem não tem experiência em programação.

Claudio Esperança, professor da Coppe/UFRJ, falou sobre a importância do design nas visualizações de dados. “Visualizações de dados são mais do que apenas gráficos ou infográficos. Uma boa visualização depende da arte. Se essa parte não for boa, a visualização não vai cumprir a missão de informar bem”, afirmou, e mostrou um pouquinho do trabalho que fez junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Já Vitor Conceição, do Canal Meio, mostrou como funciona uma ferramenta que desenvolveu para curadoria interna de conteúdo, que permite que a equipe da newsletter selecione e compartilhe links relevantes entre si, facilitando o fluxo de trabalho da redação. O Meio avalia a viabilidade de disponibilizar a ferramenta, que funciona de modo similar a um feed de RSS, para outras redações.

Também foi possível ouvir a experiência de quem produz dados. Cecília Olliveira, criadora do Fogo Cruzado e jornalista do Intercept Brasil, relatou como coleta dados para o aplicativo que mapeia disparos de armas de fogo e tiroteios e quais os erros mais comuns que jornalistas cometem ao fazer perguntas relacionadas aos dados do app. Também discutiu sobre a importância da produção de dados sobre violência e ressaltou que, embora possam ser utilizados para justificar ações militares ou policiais mais duras, mais absurdo ainda é não produzir dados ou produzir e não abrir, o que ocorre em algumas capitais brasileiras.

Por fim, Henrique Andrade, do MPRJ Em Mapas, mostrou alguns dos projetos que a equipe desenvolve para auxiliar o trabalho dos procuradores e promotores de justiça do estado do Rio. Um deles, o MPédia, que será lançado no final deste mês, tem como objetivo agregar conhecimentos gerados pela equipe de pesquisadores, geógrafos e estatísticos do MP, em diferentes visualizações interativas.

A cerveja e a troca não se encerraram na Casa Pública! A confraternização continuou em um bar da região. Em breve, a gente divulga a data da próxima edição carioca!