Desconferência: tessituras e futuros do ecossistema de dados abertos na Amazônia

SOBRE O painel

Após dois dias intensos de debates sobre meio ambiente, tecnologia, dados, entre outros temas, o encerramento da primeira edição do Coda Amazônia foi um momento aberto para o compartilhamento de experiências e iniciativas das organizações presentes no evento. 

Adriano Belisário, coordenador da Escola de Dados, explicou que a ideia do painel “é que seja um momento para a gente se reconhecer, saber o que o outro está fazendo e observar possibilidades de colaboração entre as iniciativas e organizações presentes”. Ele também aproveitou a oportunidade para agradecer aos participantes, e a todas/os as/os colaboradoras/es do evento, que aconteceu nos dias 27 e 28 de julho, na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. 

O Coda Amazônia foi a primeira edição regional da Conferência de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais do Coda Br. A seguir, as organizações que foram representadas no debate:

Open Knowledge Brasil

Responsável pela realização do Coda Amazônia, a Open Knowledge Brasil (OK BR) é uma organização da sociedade civil criada em 2013. Fernanda Campagnucci, diretora-executiva da OKBR, abriu o debate do painel, posicionando a organização como “parte de um movimento global para se obter dados e informações públicas que quer somar conhecimentos no contexto de lutas da sociedade para gerar maior potencial de transformação”.

 

 

Funbosque

Desde 1995, a Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque, presente em Belém, atende alunos da educação infantil, ensino fundamental, EJA e o ensino médio técnico profissionalizante, tendo como eixo norteador a prática pedagógica da educação ambiental. Jader Gama, assessor de tecnologias da informação da Funbosque, aproveitou a oportunidade para ressaltar a importância da organização. “Somos cultivadores de redes, o que tem uma simbologia enorme na região amazônica”, afirmou.

InfoAmazonia 

É um veículo jornalístico independente que utiliza dados, mapas e reportagens geolocalizadas para contar histórias sobre a maior floresta tropical contínua do planeta. Juliana Mori, diretora editorial do InfoAmazonia, destaca que o veículo usa dados públicos para construção de mapas interativos em que as informações das fontes utilizadas ficam disponíveis para serem consultadas ou baixadas. Segundo ela, é uma política de dados abertos adotada em nome da transparência. Ela também citou dois projetos desenvolvidos pelo InfoAmazonia: Amazônia Minada e Amazônia Sufocada.

PyData Manaus

Com atuação na capital do estado do Amazonas, a PyData Manaus define-se como uma comunidade de amantes de machine learning e ciência de dados. Alice Adativa faz parte da equipe de organizadores da PyData e explicou que uma das formas de trabalho da iniciativa ocorre com a realização de minicursos relacionados à ciência de dados.

Casa Preta

A Associação de Afro-Envolvimento Casa Preta, localizada no distrito de Icoaraci, em Belém, é um coletivo que desenvolve diversas ações comunitárias no âmbito social, ambiental e cultural. Um dos fundadores do coletivo, Anderson de Sousa (conhecido por Don Perna), explicou que a Casa Preta busca levar o debate sobre a coleta de dados e mudanças climáticas para as comunidades tradicionais e periferias. 

Pulitzer Center

Criada em 2006, o Pulitzer Center é uma organização de mídia com sede nos Estados Unidos que financia a produção jornalística independente para aumentar a conscientização sobre questões globais subnotificadas. Gustavo Faleiros é editor da Rede de Investigadores de Florestas Tropicais (Rainforest Investigations Network), projeto parte do Pulitzer Center. Sobre o papel do jornalismo contemporâneo, Faleiros comenta que “Nesses tempos de redes sociais é preciso que haja uma preocupação para que o trabalho dos jornalistas seja aprofundado”.

Data Labe

O data_labe é um laboratório de dados e narrativas na favela da Maré – Rio de Janeiro. Integrante da iniciativa, Polinho Mota conta que um dos projetos desenvolvidos é o Cocô Zap, que coleta dados sobre saneamento básico no Complexo da Maré no Rio de Janeiro. Com a ferramenta, moradores podem enviar denúncias sobre problemas com esgoto, lixo e drenagem.

Digital Democracy

Desenvolvedor de sistemas da Digital Democracy, Luandro Vieira comenta que a instituição internacional trabalha em cocriação tecnológica para comunidades, bem como os defensores da terra, que estão na linha de frente da defesa dos territórios originários na África, América e Ásia. 

LabGama

O Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (LabGAMA) foi criado em 2013, na Universidade Federal do Acre com a missão de aplicar técnicas e ferramentas de geoprocessamento e sensoriamento remoto para o monitoramento do meio ambiente. Pesquisadora do LabGama, Sonaira Silva, ressalta a importância dos dados abertos e do  debate em relação aos impactos que têm nos diversos atores da sociedade.

MapBiomas

É uma rede colaborativa, formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia, que revela as transformações do território brasileiro, por meio da produção de mapeamento e relatórios sobre desmatamento, hidrografia e queimadas. Cesar Diniz, da rede MapBiomas pontua que a análise de dados é feita por geradores de dados, contadores de história e alcançadores do campo social e esse processo só é bem sucedido se houver um diálogo claro entres todos eles.

 

 

Atlas da Notícia 

A jornalista Jéssica Botelho faz parte do projeto Atlas da Notícia, uma espécie de censo e base de dados sobre veículos jornalísticos – especialmente de jornalismo local – com objetivo de perceber dificuldades e desafios na prática da comunicação pelo Brasil.

Hivos

Wenny Ho faz parte da Hivos, organização de cooperação internacional que presta apoio a iniciativas da sociedade civil da Ásia, África, América e Oriente Médio. A Hivos integra o Programa Vozes pela Ação Climática Justa, que visa unir e apoiar coalizões da sociedade civil para uma agenda de transição climática justa e inovadora. Wenny Ho comenta que  “Algumas vozes não são ouvidas ou são apresentadas de forma distorcida. Por isso é tão importante o uso de dados e narrativas jornalísticas contra a desinformação.”

AKIPOSSO+

Andrea Napolitano apresentou o AKIPOSSO+, projeto que construiu um ecossistema de dados que conecta projetos para contribuir na redução da pobreza extrema.

Inovacom

É um grupo de pesquisa da Faculdade de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia da  Universidade Federal do Pará. Elaide Martins, professora e coordenadora do projeto, explica que são desenvolvidas pesquisas e projetos de extensão pautados por aspectos como inovação, convergência e ativismo, com olhar voltado a entender práticas que buscam aprimorar a pesquisa em jornalismo e comunicação.

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