Conheça o Querido Diário, seu novo aliado na investigação de políticas ambientais

SOBRE O WORKSHOP

A jornalista e analista de dados Ariane Alves e o engenheiro de computação Giulio Carvalho, ambos da Open Knowledge Brasil (OKBR), foram os responsáveis pelo workshop “Conheça o diário do clima, seu novo aliado na investigação de políticas ambientais”, que teve o objetivo de apresentar ao público o novo projeto da instituição, realizado pelo Programa Ciência de Dados para Inovação Cívica. A OKBR é uma das realizadoras do Coda Amazônia. 

Na primeira parte da atividade, os ministrantes apresentaram a ferramenta Querido Diário, pois a partir dela surgiu a ideia da ferramenta Diário do Clima. A importância da ferramenta, o passo a passo da busca avançada, o que é um API e como usá-la foram os principais assuntos abordados. Logo depis, eles mostraram a ferramenta Diário do Clima, que é específica para investigação sobre questões climáticas e ambientais. Além disso, também mostraram exemplos de análise a partir dos diários oficiais. 

O Querido Diário foi uma ferramenta criada em julho de 2021, no entanto a ideia do projeto existe há mais tempo. Ariane explicou que a ferramenta serve para deixar os diários oficiais dos municípios mais acessíveis para aqueles que buscam informações, uma vez que esses arquivos têm a mesma cara há muitos anos: formato quadrado, letrinhas miúdas e informações técnicas que não são nada acessíveis.  

 

 

Ainda que hoje os diários oficiais existam em formatos digitais, a lógica de formatação ainda é a mesma. “Eles ainda permanecem nesse formato em PDF, fechado, a mesma lógica só que transformado no digital. A mudança não foi acompanhada com o conceito de acessibilidade. Então é muito difícil você copiar as informações no PDF, por exemplo”, explicou Ariane. 

Ela também ressaltou que a ideia do projeto é “olhar para o deserto de dados”, com enfoque nas informações de nível local, pois são elas que na maioria das vezes são mais difíceis de serem acessadas. Os diários oficiais são os registros públicos das entidades federais, estaduais e municipais, mas o projeto em questão se destina por ora apenas aos registros públicos municipais, constituindo um enorme desafio, pois o Brasil possui 5.570 municípios. Nesse sentido, o objetivo do projeto é “libertar” as informações dos diários oficiais desses municípios e torná-las mais transparentes.

Ariane e Giulio também apresentaram quais são os passos utilizados para o desenvolvimento da ferramenta: desenvolver marcadores (raspar as informações para saber onde estão os documentos, a partir da linguagem Python); libertar o texto (para copiar e colar); montar uma API pública, com dados abertos; colocar no ar uma plataforma de busca e utilizar inteligência artificial para contextualizar e enriquecer as informações. Até o momento 33 cidades já estão na plataforma e 2.420 cidades possuem robôs para coletar dados. 

Mas quais tipos de informações as pessoas podem buscar nos diários oficiais de modo mais acessível? Entre os exemplos estão: leis, decretos, prestação de contas, compras, licitações, contratações, entre outras. Essas informações podem auxiliar em linhas de investigação sobre mau uso do dinheiro público e no acompanhamento da administração das prefeituras de modo geral.   

 

 

Como o workshop ocorreu em um laboratório de pesquisa, todos os participantes puderam visualizar a plataforma Querido Diário, por meio de sua página. Neste segundo momento, Giulio explicou que a intenção é familiarizar as pessoas participantes na utilização dos mecanismos de buscas e APIs, a fim de coletar dados por meio da plataforma. Eles disponibilizaram um tutorial por meio do Google Colab e explicaram os caminhos principais para o acesso. 

Por fim, eles apresentaram o Diário do Clima, que será lançado no segundo semestre de 2022. A plataforma está sendo criada visando a divulgação de atos publicados pelos estados e municípios brasileiros relacionados ao clima e ao meio ambiente, monitorando os atos publicados em jornais oficiais, fazendo a raspagem e processamento dos documentos com uso de inteligência artificial para categorizar e organizar as informações.

Essa ferramenta pode ajudar jornalistas e comunicadores sociais ou demais organizações que atuam na defesa do meio ambiente e emergências climáticas. A plataforma ainda não estava disponível para acesso, mas os participantes do workshop conseguiram alguns spoilers de como ela vai funcionar.  

NÍVEL

Básico

Pré-requisitos da atividade

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Ariane Alves

Jornalista formada pela ECA-USP, atualmente cursa pós-graduação em Business Intelligence e Analytics. Já integrou a equipe da Coordenadoria de Promoção de Integridade da Controladoria Geral do Município, em São Paulo e também foi assessora de conteúdo na Campanha Nacional pelo Direito à Educação, além de repórter de tecnologia nos sites EXAME.com e Olhar Digital. Hoje integra a equipe de Inovação Cívica da Open Knowledge como analista de dados e comunicação digital e participa da comunidade PyLadies São Paulo.

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Giulio Carvalho

Trabalha há 5 anos com raspagem e engenharia de dados e é graduado do curso de Engenharia da Computação pela UFPE. Desde 2019, é membro ativo e faz parte da organização do Grupo de Usuários de Python de Pernambuco (PUG-PE). Desde 2020, integra a equipe de mantenedoras do projeto Querido Diário e também a rede de Pessoas Embaixadoras de Inovação Cívica da Open Knowledge Brasil (OKBR). Hoje atua como coordenador de Inovação Cívica da OKBR.

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