Mapas e AI: como investigar dados georreferenciados

SOBRE O WORKSHOP

Jornalista com foco em corrupção, meio ambiente e análise de dados, Hyury Potter foi o facilitador do workshop “Mapas e AI: Como investigar dados georreferenciados”, no primeiro dia de Coda Amazônia. A atividade foi destinada aos grupos interessados em acessar dados públicos sobre a Amazônia e investigar as práticas ilegais que atingem a região. 

Na primeira parte do workshop, as pessoas participantes instalaram o software QGIS, para aprenderem, na prática, o acesso às informações para a geração do mapa Amazon Mining Watch, plataforma que utiliza inteligência artificial para detectar mineração de ouro na Amazônia internacional. 

Antes do acesso ao software, Potter explicou que ele é autor do projeto Amazônia Minada, financiado em 2020 pelo Amazon Rainforest Journalism Fund e pelo Pulitzer Center. Em 2019, o projeto recebeu uma bolsa de inovação em jornalismo concedida pelo International Center for Journalists (ICFJ) em parceria com o The Wall Street Journal.

O jornalista mencionou as dificuldades enfrentadas por pesquisadores, repórteres e de grupos interessados nas questões sobre as queimadas e a mineração ilegal na Amazônia Internacional diante da divulgação de notícias falsas oriundas de órgãos do governo federal atual, o que dificulta o trabalho de investigação desses profissionais. Nesse contexto, houve um surgimento de projetos de pesquisa que utilizam a tecnologia para processar dados com veracidade e que tem sido visto de maneira positiva pela comunidade científica, reforça Potter.

 Ele também destacou a importância da união entre áreas como o jornalismo e a computação para a criação de programas que possam gerar dados e cruzar com informações dos órgãos responsáveis, como a Agência Nacional de Mineração, que verifica se um garimpo é legal ou ilegal, por exemplo.

 

 

Em seguida, como uma espécie de tutorial de instalação e acesso ao software QGIS, o público foi convidado a acompanhar as orientações dadas por Potter para o acesso inicial ao programa. Com uma interface amigável e funcionalidades que atendem a inúmeras das necessidades que surgem ao longo de um projeto de geoprocessamento, o QGIS vem ganhando espaço entre os programas computacionais preferidos da área.

Em geral, o programa é bem intuitivo e tem diversas abas onde o usuário parametriza as coordenadas que deseja pesquisar sobre a região amazônica. É necessário fazer a importação de  bibliotecas de dados específicas com um conjunto de dados contendo as informações para a geração dos mapas, assim como edição, e análise dos dados.

O programa tem recursos para edição de cores, formatos e extensões das imagens geradas e, a cada camada de dados que o usuário adiciona, é criada uma nova informação para a visualização final.

 

 

Por fim, Potter afirmou a importância de programas de software livre, como o QGIS, principalmente no combate à ações ilegais em toda a Amazônia, não só pela liberdade de acesso do código, fonte de qualquer software pela comunidade de usuários, mas para qualquer usuário ter o direito de executar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar o software.

NÍVEL

Básico

Referências

hyury

Hyury Potter

É jornalista freelancer e está em seu segundo ano como fellow da Rainforest Investigations Network, do Pulitzer Center, atualmente escrevendo para a Repórter Brasil. Potter apura principalmente histórias sobre a Amazônia e tem textos publicados em Deutsche Welle, The Intercept, BBC Brasil e Mongabay. É autor do projeto Amazônia Minada, mapa do InfoAmazonia que acompanha em tempo real os requerimentos minerários ilegais que afetam terras indígenas e áreas protegidas da Amazônia Legal.

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