Segurança digital e alternativas às big techs

SOBRE O WORKSHOP

“Segurança digital e alternativas às big techs”, workshop ministrado por Luiz Sanches e Marcelo Sá, foi um dos assuntos abordados na 1ª edição do Coda Amazônia. 

Marcelo Sá é especialista em segurança computacional, software livre e gestão de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) e abriu a atividade explicando sobre o avanço das big techs, e questões envolvendo os seus riscos e a falta de segurança de dados. “’Big techs’ é o apelido dado a grandes empresas de tecnologia que atuam em escala global e exercem um grande domínio sobre a vida de seus usuários”, explicou Marcelo. 

Já Luiz Sanches, que é professor e consultor em desenvolvimento e operações de software com ferramentas livres, foi quem mostrou exemplos de inúmeras possibilidades que podem substituir as plataformas de grandes empresas de tecnologia. 

Ele também indicou a troca periódica de endereço eletrônico como estratégia para burlar possíveis invasões de dados ou clonagem de conta e ressaltou que, atualmente, usa como domínio ou nome da máquina o Protomail, serviço para fugir das big techs que dominam o mercado de correio eletrônico como Gmail, Hotmail, Uol, entre outros.

Marcelo Sá também mencionou os procedimentos de segurança pessoal que podemos adotar ao acessar contas bancárias, e-mails, e digitar senhas e números de cartões na internet ao entrar em um site de compras, por exemplo. Ele reforçou que existem alguns softwares com plugins ou aplicativos na web que trazem mais segurança no acesso do usuário à rede. Entre eles estão: Wordfence Security, Security Ninja, WP Cerber Security, dentre outros.

 

 

O workshop teve como objetivo refletir sobre a época em que vivemos, e a experiência de vigilância ao acessar um site de busca, por exemplo, à procura de um determinado assunto. Através de uma lógica algorítmica, aquela “busca” se torna disponível em outras plataformas, imediatamente, deixando os dados dos usuários expostos. Os dados dos usuários ficam como histórico no IP da máquina de acesso. 

 Sá destacou a importância das pessoas adotarem novas condutas enquanto usuário da internet e listou algumas delas:

  1. Fugir de logins e senhas comuns;
  2. Ativar a autenticação em dois fatores; 
  3. Desativar o relatório de erros PHP;
  4. Não utilizar temas WordPress piratas;
  5. Fazer backups com frequência;
  6.  Desativar a edição de arquivos; 
  7. Remover temas e plugins que não são utilizados. 

A partir de alguns questionamentos dos participantes sobre o hábito de acessar somente um único site de busca como o Google, Luiz Sanches, pôde explicar que a plataforma, por meio dos algoritmos, já faz um mapeamento dos tipos de resultados para aquele usuário ou usuária, o que ocasiona um enviesamento dos resultados.

Deste modo, ele mostrou sites e provedores que ajudam na diversificação dos conteúdos consumidos. Entre as opções de aplicativos de mensagens, estão o Signal e o Telegram. Em relação ao buscador, existe o site AlternativeTo, capaz de listar uma série de outros browsers para serem usados. O Brave, por exemplo, possui diversos recursos, além dos que o Google Chrome oferece. Além dele, existe também o DuckDuckGo, navegador que não rastreia o acesso dos usuários. 

Em virtude da pandemia da Covid-19, durante os últimos dois anos, diversas lives foram realizadas como forma alternativa e mais segura de se conectar com o trabalho, estudo, família e amigos. Nesse contexto, Sanches lembrou do surgimento de salas virtuais em plataformas para que as rotinas não fossem interrompidas. Contudo, são recursos disponibilizados por grandes empresas de tecnologia, que obrigaram os usuários a se adaptarem a um modus operandi unilateral, com regras estabelecidas pelas plataformas e com restrições de acesso.

 

 

Como opção de sala virtual, existe o Jitsi Meet, que é um software livre e de código aberto, que funciona como multiplataforma para voz, videoconferência e mensageiro instantâneo para GNU/Linux, Windows e Mac OS X e Android. Ele suporta muitos protocolos populares de mensageiros instantâneos e de telefonia, incluindo clientes da Web, Android e iOS, explicou Luiz Sanches.

Para finalizar, os ministrantes ressaltaram a importância do acesso a software livres pela população, pois significam mais liberdade ao usuário, e evitam, assim, a cooptação por uma lógica de dominação e de exclusividade por parte das big techs.

NÍVEL

Básico

Referências

luizsanches

Luiz Sanches

Graduado em Sistemas de Informação pelo IESAM (Belém-PA) e pós-graduado em Gestão Ágil de Projetos pelo CESAR (Recife-PE). Trabalha com desenvolvimento de software há mais de 25 anos, atuando nos setores público e privado. Professor universitário e consultor em desenvolvimento e operações de software com ferramentas livres. Participou de várias comunidades de TI em Belém do Pará, entre elas o Tá safo!, promovendo eventos, palestras e cursos pela região Norte do Brasil. Organizou caravanas e palestrou no FISL (Fórum Internacional de Software Livre) em Porto Alegre-RS.

marcelosa

Marcelo Sá

Engenheiro, doutorando em ciência da computacao, especialista em: processo de software, segurança e forense computacional, software livre e gestão de TIC.

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