Diálogos Entre Polígonos: Da COP 30 ao Observatório das Baixadas

SOBRE O WORKSHOP

Texto por João Paulo
Revisado pela Escola de Dados

 

O termo “COP” dominou o vocabulário da população belenense, com a seleção de Belém como sede da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a reunião anual da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). Apesar da fama, o termo ainda possui um significado desconhecido para uma grande parte da população, que se vê distante de um espaço pensado por pessoas em posição de poder.

Neste workshop, Andrew Leal, membro da COP das Baixadas e do Fórum Municipal sobre Mudanças Climáticas de Belém, e Waleska Queiroz, representante institucional da COP das Baixadas, dialogam com o público sobre as desigualdades, a falta de participação popular nos debates climáticos e os caminhos para alterar este cenário. 

 

 

A criação da COP das Baixadas é apresentada no início do workshop. A inquietação com a falta de participação popular nos debates climáticos é o ponto de partida para a criação da iniciativa, pensada por pessoas das periferias, com foco na inserção popular no debate climático. A primeira edição da COP ocorreu em 2023, trazendo temas vinculados à questão climática, à cidade, à sociedade, aos impactos nas periferias, à comunicação e ao ativismo. Na segunda edição, de 2024, o foco foi o Acordo de Escazú, o primeiro tratado ambiental da América Latina e do Caribe para abordar o direito à informação e à defesa do meio ambiente e de seus defensores, como é mostrado no vídeo abaixo.

 

No segundo momento, Andrew fala sobre a geografia de Belém, situada em uma região de planície de inundação, que é suscetível à influência do mar e onde as áreas mais atingidas por eventos climáticos são as baixadas. O pesquisador explica sobre os Polígonos da COP 30, obras que serão realizadas em Belém para receber a COP e que estão concentradas nas áreas mais ricas da cidade, e apresenta o objetivo do Observatório das Baixadas, que busca inverter as políticas direcionadas aos centros que não atingem as margens, que mais precisam de soluções.

 

 

Por fim, apresenta as fases do Observatório das Baixadas na COP 30. Entre as ações, estão a criação de um atlas digital para aumentar o acesso às informações climáticas, uma plataforma de alerta de eventos climáticos extremos, espaços digitais para que a população divulgue inquietações com políticas públicas e o Dossiê das Baixadas, um documento para reforçar a importância de ter a localização das baixadas registrada oficialmente no IBGE.

LOCAL

Laboratório 102

NÍVEL

Básico.

REFERÊNCIAS

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Andrew Leal

Natural de Belém do Pará, Andrew Leal nasceu e cresceu na baixada da Terra Firme, lugar que moldou suas perspectivas enquanto indivíduo. É Arquiteto, Urbanista e Designer pela Universidade de São Paulo (USP) e Técnico em Análise de Sistemas pelo Instituto Federal do Pará (IFPA). Sua principal linha de pesquisa se baseia no desenvolvimento de um planejamento urbano voltado a estratégias de adaptação climática na Amazônia. Atualmente, compõe o corpo da COP das Baixadas e do Fórum Municipal sobre Mudanças Climáticas de Belém.

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