* Texto por Andrielle Mendes, coorganizadora do Cerveja com Dados Natal

A primeira edição do Cerveja com Dados em Natal, Rio Grande do Norte, destacou a relevância social dos dados para a geração de negócios, a fiscalização do poder e a governança participativa. O bate-papo abordou desde a função social do jornalismo de dados até o esforço de servidores de órgãos públicos, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), para implementar um plano de dados abertos.

Idealizado pela Escola de Dados, o evento ocorreu na noite de 4 de julho, na livraria Saraiva, com apoio do Blog Brechando, e reuniu estudantes, professores da rede básica de ensino, jornalistas, profissionais de Tecnologia da Informação, servidores públicos, empresários e produtores culturais.

A editora executiva da Tribuna do Norte e repórter colaboradora da Folha de São Paulo Cledivânia Pereira revelou os caminhos que percorreu durante a construção da reportagem “Assembleia Legislativa triplicou cargos comissionados em 5 anos”, que provocou uma reestruturação do poder Legislativo no Estado.

Frederico Pranto, analista de controle externo do TCE/RN, detalhou os passos seguidos pelo Tribunal para implantar um portal de dados abertos com informações de 800 órgãos potiguares. Gustavo Leitão, professor do Instituto Metrópole Digital, vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e cofundador da Logique Inteligência em Sistemas, esclareceu como empreendedores natalenses otimizaram o controle dos alarmes em diversas indústrias pelo Brasil, atuando no combate a acidentes nas plantas industriais.

Comunidade de dados abertos

Organizada por quatro jornalistas potiguares, a iniciativa despertou o interesse de alguns participantes, que se voluntariaram para prospectar novos parceiros, realizar a próxima edição do Cerveja com Dados e ajudar a construir uma comunidade de dados abertos no Rio Grande do Norte.

Rodada de apresentações dos participantes do Cerveja com Dados Natal. Foto: Frederico Pranto

Frederico ressaltou a diversidade das aplicações expostas e o potencial que essas conexões incomuns possuem. “Foi bem interessante a ideia de juntar diferentes áreas para compartilhar e debater pontos de vistas e práticas distintas, tendo como base comum a produção, publicação, uso e análise de dados. Acredito que pequenas ações podem ter um alto impacto, e quando há um compartilhamento de ideias e práticas, baseado numa comunidade de pessoas com interesses em comum, cria-se um ecossistema capaz de realizar mudanças positivas na sociedade em que vivemos”, avaliou.