18 e 19/11 – ESPM SÃO PAULO (CAMPUS ÁLVARO ALVIM)
R. DR. ÁLVARO ALVIM, 123 – VILA MARIANA
AGENDA CLIMÁTICA: COMO DADOS PODEM PAUTAR DISCUSSÕES RELEVANTES
DIA:
18/11
HORÁRIO:
11:15h
DURAÇÃO:
1:30h
Nível:
Básico
Sobre o workshop
Texto por Vitor Arthur
Com novos fenômenos ambientais ocorrendo no Brasil e a COP28 se aproximando, redações no país voltaram suas pautas para a agenda climática. Além das alterações na temperatura e no meio ambiente, a cobertura jornalística pode se aprofundar por meio de outras facetas para levantar questões mais pertinentes.
No workshop, Ananda Ridart e Mariana Gomes, da Associação de Pesquisa Iyaleta, explicaram novos conceitos e boas práticas para discutir o impacto das mudanças climáticas de um ponto de vista interseccional, abordando as desigualdades a partir de dados e narrativas locais.
Durante a atividade, Ananda apontou para a necessidade da cobertura jornalística estar alinhada à realidade de populações vulneráveis e às consequências de fenômenos climáticos. A cientista política apresentou dados sobre o Norte e o Nordeste, destacando a condição de moradia de habitantes das regiões e refletindo sobre os obstáculos para a equidade de gênero e de raça no Brasil.
As palestrantes explicaram conceitos importantes a serem considerados na coleta de dados ou na produção de matérias sobre o assunto, como: perdas e danos, adaptação climática e políticas de adaptação. A adaptação ocorre quando há políticas públicas para diminuição de vulnerabilidades nas cidades em relação a mudanças climáticas, como a construção de abrigos com aquecimento quando há ondas de frio.
Por outro lado, desadaptação é quando um município não implementa tais políticas ou suspende qualquer ação vigente, deixando a população e a estrutura local exposta a qualquer tipo de desastre. Tais conceitos podem cruzar diversas áreas como saúde, infraestrutura, agricultura e produção.
Segundo Ananda, há um cenário de desadaptação no Brasil, principalmente por conta das temporadas de mudanças no clima. Esse cenário aponta para a necessidade de implementação de políticas públicas, o que pode significar desde a construção de um posto de saúde até a elaboração do Plano Diretor de um município.
Em seguida, Mariana introduziu formas de pensar utilizando a metodologia da interseccionalidade, para facilitar a interpretação de dados e informações na cobertura jornalística. A palestrante explicou que, ao se considerar as desigualdades, fazer uso de linguagem inclusiva e dar transparência à limitação dos dados, as pautas sobre mudanças climáticas se tornam mais precisas e compreensivas. Por fim, ela também citou algumas fontes de dados utilizadas pela Iyaleta para auxiliar no trabalho da apuração, associando questões demográficas à vulnerabilidade da população frente às mudanças climáticas.
Referências
Pré-requisitos da atividade
Não há pré-requisitos.
ANANDA RIDART
Jornalista e Cientista Política. Coordenadora de Comunicação e Pesquisadora da Associação de Pesquisa Iyaleta. Mestra em Ciência Política pela Universidade Federal do Pará (PPGCP/UFPA). Master em Jornalismo de Dados, Automação e Data Storytelling (Insper). Desenvolve o projeto de pesquisa “As Políticas de Regulação sobre o Meio Ambiente e seus Impactos na Amazônia” e integra o Centro de Estudos de Políticas Ambientais da Amazônia (POAM). Pesquisa e retém interesse em: Estudos Legislativos, Comportamento Político, Instituições Políticas, Mudanças climáticas, Políticas Ambientais e Amazônia.
MARIANA GOMES
Mariana Gomes é jornalista, ciberativista e pesquisadora. É assessora de comunicação da Associação de Pesquisa Iyaleta. Atualmente, é mestranda em Comunicação e Culturas Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pesquisa governança da Internet e ciberativismo. Integra o Centro de Estudos em Análise do Discurso e Mídia/ UFBA.
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