#53 Deep Fake nas eleições e Reconhecimento Facial
Fevereiro/2024
AGENDA
Oportunidades e prazos para não perder de vista
• 04/03 – Prazo para inscrição de atividades na Python Nordeste. Evento acontece em agosto.
• 07 a 10/ 03 – Acontece a Conferência NICAR.
• 13 a 15/ 03 – Acontece a Unwrapped, conferência online e gratuita para usuários Datawrapper.
• 17/03 – Data limite para inscrever ou sugerir uma atividade no Coda Amazônia. Evento acontece em junho.
• 01/04 – Data limite para solicitar bolsa para participar da Investigative Reporter & Editor Conference (IRE). Acontece em junho na Califórnia.
• 10/04 – Prazo para inscrever trabalhos para o XI Seminário de Pesquisa em Jornalismo Investigativo. Encontro acontece em julho durante o 19º Congresso da Abraji.
• 15/04 – Último dia para se inscrever na 6ª edição do prêmio MapBiomas, com premiação de até R$10.000.
NO MUNDO DOS DADOS
Notícias e discussões quentes
O ANO DO RECONHECIMENTO FACIAL
Parece que 2024 vai ser de grande avanço na utilização de tecnologia de reconhecimento facial, uma realidade que desde seu início já alimentou muita discussão em torno, principalmente, do quesito privacidade. No carnaval deste ano, a prefeitura de Recife decidiu aplicar a tecnologia em uma das pontes de maior passagem de público carnavalesco, culminando na prisão de uma pessoa. Para além dos passos carnavalescos, a tecnologia tem ganhado espaço nos aeroportos.
Fonte: New York Times, 2024.
Estima-se que até o final deste ano, a maioria dos aeroportos nos Estados Unidos estejam utilizando essa tecnologia em todas as etapas do processo de viagem, algo que já acontece na China, em Singapura e na Alemanha. A proposta principal é otimização no tempo de embarque e uma possível substituição do passaporte, porém muito mais que a discussão sobre substituição de humanos por máquinas, persiste a discussão do uso de dados. Explica-se que as fotos tiradas dos nativos são excluídas do banco de dado em até 12h, já a dos não nativos ficam armazenadas por até 75 anos. Os críticos acreditam que a conveniência da tecnologia não supera um alto potencial de abuso – desde a vigilância irrestrita até efeitos não intencionais, como a perpetuação da discriminação racial e de gênero. Cody Venzke, conselheiro sênior de políticas de privacidade e tecnologia na União Americana de Liberdades Civis (ACLU, sigla em inglês) diz que “a tecnologia de reconhecimento facial pode ser a base para uma rede de vigilância e rastreamento do governo realmente robusta e generalizada. Essa tecnologia pode ser usada para rastreá-lo automaticamente e secretamente, de um lugar para outro, enquanto você passa o dia, e criar um mosaico realmente detalhado sobre sua vida”.
MODELO ABERTO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Modelos de Inteligência Artificial aberta agora já são uma realidade, ao menos para os projetos da Google. O projeto GEMMA pretende promover a abertura e transparência de seus modelos com o objetivo que desenvolvedores e pesquisadores examinem, compreendam e até mesmo modifiquem esses modelos para se adequarem às suas necessidades. Esta iniciativa é uma resposta à crescente preocupação com a ética e a responsabilidade dos modelos de IA, especialmente diante de recentes incidentes que demonstram como os modelos de IA podem apresentar comportamentos inadequados ou prejudiciais quando não são devidamente supervisionados e regulamentados. Um bom momento para surgir um projeto como esse, tendo em vista os grandes problemas que têm surgido em alguns modelos. A exemplo disso temos o incidente em que um modelo chamado ‘Synth’, desenvolvido pela Google, começou a gerar imagens inapropriadas e potencialmente ofensivas. A IA, que deveria ser usada para gerar imagens realistas de objetos e animais, começou a produzir imagens de conteúdo sexual e violento, o que resultou na suspensão de seu uso.
SAIBA MAIS
Para aprender mais e aprender sempre
INVESTIGANDO DEEP FAKES
Ano de eleições e, no mundo dos jornalistas, surge os preparativos para cobertura deste evento. Jornalista ou não, todos precisarão estar atento a como a tecnologia de Inteligência Artificial atuará neste período. Umas das grandes ameaças na categoria desinformação será as Deep Fakes, e uma das mais promissoras será o uso dessa tecnologia através do áudio. O jornalista Rowan Philp aponta, desde os conceitos e aplicações, maneiras de como investigá-las. O autor ainda destaca a importância da colaboração entre jornalistas, especialistas em IA, ONGs e governos neste combate, a fim de evitar manipulação de eleições e garantir a integridade do processo eleitoral. No entanto, não tem sido apenas este as problemáticas que desde sempre envolve essa tecnologia. Outra preocupação recente tem sido o uso da mesma na geração de conteúdos pornográficos e/ou não consensuais. O Bellingcat trata sobre o assunto abordando os impactos pessoais e sociais devastadores para as vítimas, a partir da investigação de uma rede secreta que produz e distribui este tipo de conteúdo. A autora ainda descreve a estrutura da rede, destacando o papel dos “aliciadores” em identificar e abordar potenciais alvos, ressaltando desafios associados à coleta de evidências para processar os responsáveis.
SNIPPETS
Dicas curtas e certeiras
JournalismAI organizou um catálogo que reúne a utilização de Inteligência Artificial nas redações de jornalismo, aberto para contribuições.
•
No Towards Data Science destacamos Como aprender a construir uma rede neural baseada em grafos para detectar anomalias, Como aprender inferência causal por conta própria e motivos para não utilizar filtros condicionais no WHERE.
•
Ingrid Stevens explica como extrair dados de texto a partir de dados não estruturados utilizando LLMs (Language Learning Model).
•
Na visualização, Lucas Gomes fez uma visualização de todos livros que leu até os 30 anos, Infogram dá exemplo de boas e más visualizações de dados e Severino Ribecca ensina como utilizar gráfico de barras para demonstrar mudanças, com várias categorias.
•
Prêmio Sigma 2024 anuncia a lista de finalistas, spoiler: tem brasileiros na lista.
•
Leon Ying, jornalista investigativo, discute em entrevista a Global Investigative Journalism Network (GIJN) como ele investiga algoritmos.
•
Agência Pública utilizando dados da defesa civil faz reportagem sobre racismo ambiental em bairros periféricos de São Paulo.
•
Trans Journalists Association explica como fazer cobertura sobre violência contra pessoas trans e não-binárias.
•
Núcleo Jornalismo lança a plataforma Ciência Monitorada, como o objetivo de acadêmicos encontrar e acompanhar assuntos específicos em documentos do Poder Público de maneira consistente, automatizada e de graça.
•
Episódio 145 do podcast Dadocracia discute os desafios para as eleições 2024 a partir das audiências que aconteceram em janeiro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
•
A pesquisadora Magdalena Klein escreve sobre 4 ferramentas de IA que jornalistas podem utilizar para combater a desinformação.
•
Mike Young explica como a Sora, IA desenvolvida para criação de vídeos a partir de textos, funciona.
•
Fundação Mozilla disponibiliza o relatório In Transparency We Trust, que aborda impactos e desafios associados ao conteúdo gerado por IA.
•
O jornalista Adriano Belisário é finalista do Study UK Alumni Awards 2024, na categoria Ação Social, com a pesquisa que usa inteligência artificial para monitoramento da violência armada.
INSPIRA
Trabalhos e iniciativas inovadoras para te inspirar
Não importa se em fevereiro (no caso dos Estados Unidos) ou em junho (no caso do Brasil), o primeiro presente que vem à cabeça para o dia dos namorados sempre será um: flores! Sempre parece uma boa ideia, além de romântica, salvo se você começar a pensar qual percurso elas fazem até chegar a suas mãos. Já parou para pensar nisso? O The Washington Post sim e olhe, acho que depois que você ler o artigo pensará duas vezes antes de decidir considerar este presente.
Na imagem o início do trajeto que as rosas fazem depois de colhidas.
Fonte: The Washington Post, 2024.
A principal descoberta do jornal foi o impacto da indústria de flores, principalmente rosas, nas mudanças climáticas. As rosas, embora tenham maior durabilidade, têm um impacto ambiental significativo pelo uso intensivo de água, pesticidas e fertilizantes, contribuindo para poluição do solo e da água. Países como Colômbia, Equador e Holanda têm sofrido bastante com os impactos. Aumentos de temperatura, chuvas irregulares, e mudança nos padrões climáticos estão ameaçando a produção e qualidade das rosas.
O autor ainda dá uma dica: se a ideia é continuar presenteando com flores no dia dos namorados, plantas em vasos e flores locais podem ser consideradas opções mais sustentáveis, reduzindo a quantidade de liberação de carbono durante longas viagens e a utilização de pesticidas e fertilizantes em excesso.
NOVOS DADOS
Conjunto de dados e plataformas publicados recentemente
IBGE liberou os dados característicos dos domicílios, desagregados em cor, raça e idade da população.
Base dos Dados disponibiliza os dados geolocalizados do Censo 2022.
UPDATE
Atualize-se com as novidades de softwares e bases de dados
Git 2.44 trás geração mais rápida de pacotes reutilizando vários pacotes e agilidade no git rebase com a utilização do git replay.
•
Gemini 1.5 aprimora a capacidade de gerar conteúdo original e personalizado, facilitando a criação de resumos, análises e relatórios e outros documentos que tenha pouca necessidade de edição humana.