Alunos apresentam em seus projetos finais o que aprenderam no curso de Jornalismo de Dados
Por Bruna Caldas
Após cinco dias de aprendizado, chegou ao fim o curso “Introdução ao Jornalismo de Dados”, que aconteceu entre os dias 8 e 12 de dezembro, na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Durante este período, os alunos tiveram a oportunidade de lidar com ferramentas essenciais para extração, refinamento e visualização de dados: Open Refine, Tableau, Excel, Busca Avançada, Raspagem de dados, Infogr.am e Timeline.js, são apenas alguns dos exemplos.
No início do curso, os alunos foram divididos em grupos com o objetivo de apresentar, no último dia, seus projetos de Jornalismo de Dados. A criatividade foi um ponto comum em todos os projetos. Ao todo foram cinco grupos, que abordaram os seguintes temas: Contratos da Petrobrás; Perfil dos novos integrantes da ALERJ; Perfil dos Alunos do Ciências sem Fronteiras; Análise das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) e a Crise da Água em São Paulo.
Todos os alunos destacaram como maior dificuldade em seus projetos a extração de dados das bases públicas. O grupo da Petrobrás constatou uma falta de uniformidade nos contratos, com uso de moedas distintas, por exemplo. O grupo do Ciências Sem Fronteiras, encontrou mais dados, porém em formato Flash, dificultando a raspagem.
Dentre as ferramentas utilizadas, destaca-se o uso do Infogr.am, do Odyssey.js, do Webscraper e do IFTT. Se você ficou curioso para conferir os resultados, aqui estão alguns deles: Infográfico sobre o sexo dos deputados na Alerj, Infográfico sobre o perfil dos bolsistas do programa Ciências Sem Fronteiras e o Tumblr criado a partir da utilização da ferramenta IFTT, para acompanhar os deputados do Rio de Janeiro.
InfoAmazônia e geojornalismo
Antes das apresentações finais, os alunos contaram com a presença do desenvolvedor e especialista em dados abertos e mapas, Vitor George, do InfoAmazônia, para conversar sobre o assunto Geojornalismo e a criação de mapas utilizando o programa CartoDB. Para quem não conhece, o InfoAmazônia é um projeto agregador de dados e notícias sobre a floresta Amazônica, como desmatamento, queimadas, mapeamento de rios e até mesmo trabalho escravo. Além disso, o projeto agora possui o Viságuas, ideia financiada pelo Google, que tem como objetivo o monitoramento da qualidade da água dos rios amazônicos com a utilização de sensores. “Apenas 12% das casas nesta região tem acesso à rede de água. A maioria utiliza água vinda de poços artesianos e rios. Como essa água não é tratada, a população está mais sujeita a contrair doenças”, afirmou Vitor.
O desenvolvedor iniciou a oficina de CartoDB utilizando exemplos do projeto de que faz parte, que utiliza informações oficiais, porém também abre espaço para informações vindas das comunidades abertas de monitoramento. “Priorizamos as informações oficiais, porém não descartamos as demais. A informação no InfoAmazônia é viva”, contou. Sobre as comunidades abertas, Vitor mostrou aos alunos o OpenStreetMap, que seria uma espécie de Wikipedia de mapas, que foi criado em 2004 na Inglaterra e já conta com mais de 2 milhões de pessoas registradas.
Ao final da oficina, os alunos puderam colocar a mão na massa e criar mapas com bases de dados sobre o trabalho escravo no Brasil. A ferramenta utilizada para essa atividade foi o CartoDB, que lê as bases e dá ao usuário diversas possibilidades de criação e visualização do mapa em questão. Vitor também mostrou aos alunos o TileMill e os tipos de formatos para projetos web como: shapefiles, geojson e o csv.
Para saber mais como foram os outros dias de curso, confira as matérias no nosso blog.