#56 Assistentes de IA, Big Techs, investigações e mais
junho/2024
AGENDA
Oportunidades e prazos para não perder de vista
• 03 a 06/6 – Acontece o VIII International Seminar on Statistics with R AI in Data Science. Inscrições abertas para artigos e resumos.
• 09/6 – Prazo para se inscrever no programa JournalismAI Academy for Small Newsrooms, Inteligência Artificial no jornalismo. Online e gratuíto.
• 13 a 15/6 – Acontece o Festival de Jornalismo Inovador, Inspirador e Independente (Festival 3i).
• 17/06 – Prazo para envio de reportagens ambientais para o concurso da Society of Environmental Journalists.
• 18/6 – Lançamento MapBiomas Fogo, presencial em São Paulo.
• 27 a 29/06 – Acontece a Conferência Regional de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais (CodaAM), em Belém-PA e Marajó-PA.
• 11 a 14/07 – 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji.
• 12/07 – Data limite para inscrever atividade no Free and Open Source Software for Geospatial, o FOSS4G Conference.
• 15/07 – Prazo para se inscrever em bolsa de jornalismo investigativo, oferecida pela Reuters e Durham University.
• 25/07 – Data limite para jornalistas investigativos ambientais se inscreverem em bolsas de €400,000, oferecidas pela Earth Investigations Program.
• 9 a 11/08 – Python Nordeste (PyNE), em Natal – RN. Inscrições abertas.
• 12 a 14/08 – Acontece a posit::conf(2024), em Seattle – WA.
• 18 e 19/09 – PyTorch Conference 2024, em San Francisco – CA.
• 16 a 21/10 – Python Brasil (PyBR), no Rio de Janeiro – RJ. Inscrições abertas.
• 3 a 06/12 – América Aberta 2024, em Brasília. Informações no site oficial do evento.
NO MUNDO DOS DADOS
Notícias e discussões quentes
ASSISTENTES DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Este mês a Google e a OpenAI apresentaram dois grandes lançamentos: as novidades do Gemini e o GPT-4o. Em artigo a Exame, o jornalista Pedro Burgos fez uma comparação entre os modelos e destacou suas diferenças filosóficas e tecnológicas. De um lado está o GPT-4o, possuindo multimodalidade nativa, que permite que o modelo “raciocine” enquanto responde. Isso pode ser feito em diferentes formatos, como a partir de uma voz incrivelmente humana e emocional. Isso provoca reflexões sobre a relação humana com IAs que emulam emoções. Do outro lado, o Gemini, que apesar de avançado, mantém uma interação menos humanizada, lembrando um dróide atencioso, mas não humano. Essa diferença pode refletir uma decisão filosófica para evitar a humanização excessiva e os riscos associados.
Pesquisadores do Google Deepmind publicaram um artigo alertando para os perigos de assistentes muito humanos, como influências inadequadas, dependência emocional e impacto na forma como crianças e adultos interagem com IAs e humanos. A sociedade deve decidir se prefere IAs humanizadas ou claramente delimitadas como ferramentas. Pedro convida à reflexão ao questionar se, no caso das IAs, preferimos amigos ou ferramentas, considerando os impactos éticos e sociais dessa decisão.
BIG TECHS E A DESVALORIZAÇÃO DE CONTEÚDO DA INTERNET ABERTA
A internet aberta cresce e se mantém viva graças aos criadores de conteúdo (e o nosso consumo). No entanto, a Alphabet (Google), Apple, Meta (Facebook) e Microsoft/OpenAI estão prejudicando estes criadores, capturando o conteúdo produzido por eles e usando para seus próprios ganhos, sem oferecer compensação adequada, conforme aponta Matthew Goldsteins em artigo a PressGazette. Matthew explica que a IA generativa e as políticas de privacidade são usadas para manter os usuários dentro de seus ecossistemas, desviando o tráfego e a receita dos criadores de conteúdo.
O autor destaca que a Google mantém um monopólio de 90% nas buscas e com a nova IA Gemini, pretende reter usuários em sua página inicial, reduzindo o tráfego para os publishers; A Apple removeu identificadores no Safari, dificultando a monetização de conteúdo pelos criadores e ameaça remover anúncios no navegador. Já a Meta e Microsoft/OpenAI usam conteúdo dos criadores para treinar seus modelos de linguagem (LLM), sem compensação, desviando audiência e receita. A introdução de IA generativa deprecia o valor do conteúdo e modifica o cenário da publicidade, tornando mais difícil para os criadores ganharem receita. Goldsteins encerra sugerindo que os criadores devem unir-se para pressionar os gigantes da tecnologia e valorizar seus conteúdos, respeitando os direitos intelectuais e distribuindo adequadamente as receitas.
SAIBA MAIS
Para aprender mais e aprender sempre
FERRAMENTAS PARA INVESTIGAÇÕES GEOESPACIAIS E OUTROS RECURSOS
Bellingcat publicou um guia explicando como utilizar dados de satélites e de acesso gratuito usando, como exemplo, o rastreio da expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia. Por serem assentamentos ilegais sob o direito internacional, eles tem continuamente se expandindo. No guia, a pesquisadora Annique Mossou demonstra o uso das ferramentas Google Earth Pro, Google Earth Engine e Sentinel Hub, pontuando as vantagens e limitações de cada uma para esse tipo de pesquisa.
Também no Belligcat, em continuação a série Tech, produzida em seu canal no Youtube, Aiganysh Aidarbekova mostra como usar Notebooks para acessar ferramentas de código aberto que na maioria das vezes exigem compreensão de linguagens de programação, tornando uma uma barreira real para jornalistas e pesquisadores.
Por sua vez, a Global Investigative Journalism Network (GIJN) apontou as principais atualizações do seu catálogo de recursos para investigações jornalísticas. Destacamos o Guia de Eleições de GIJN’ para Repórteres Investigativos, que contém capítulos que indicam por onde começar até como cobrir desinformação; Ferramentas para ajudar repórteres a investigar emissões de Metano, que inclui o Carbon Mapper, rastreamento climático e a plataforma de avaliação de metano de resíduos; E material com recursos para investigar crimes, contendo 52 fontes de rastreio de uma variedade de dados criminais, desde crime organizado e financiamento ilícito até terrorismo, narcóticos e tráfico de armas.
SNIPPETS
Dicas curtas e certeiras
A Escola de Dados apresentou o webinar Desvendando o potencial da Loja de Dados para o jornalismo ambiental, com a participação de Luiz Coelho e Laura Kurtzberg, ambos da Ambiental Media.
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A Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP) está publicando matérias relacionadas ao projeto Dubai Unlocked, que consiste em mostrar por que e como criminosos do mundo todo compram propriedades de luxo em Dubai.
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A ferramenta Legislatech, desenvolvida pelo Núcleo Jornalismo, está abrindo um plano gratuito vitalício para quem quiser usar a ferramenta para monitorar Câmara e Senado.
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O The Bureau of Investigative Journalism publicou seu relatório anual contendo suas reportagens investigativas e os principais impactos gerados a partir delas no ano de 2023.
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A Global Investigative Journalism Network (GIJN) ensina o passo-a-passo para jornalistas utilizarem o básico do Google Sheets.
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Agência Pública fez matéria exclusiva sobre exportação de armas publicadas no Brasil, utilizando os dados da plataforma Datafixers.
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A pesquisadora em Inteligência Artificial, Srijanie Dey, escreveu um artigo apresentando o que há por trás do poder dos transformers, a arquitetura de redes neurais por trás dos modelos LLMs, como o ChatGPT.
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Teo Calvo disponibilizou no seu canal no Youtube um curso completo de Machine Learning.
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MapBiomas publicou o Relatório Anual do Desmatamento (RAD) no Brasil 2023, com dados relacionados a todos os biomas brasileiros desde 2019 e análises para diferentes recortes territoriais e categorias fundiárias.
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A Base dos Dados abriu um curso de Git e Github para iniciantes. O curso é gratuito e os participantes podem solicitar um certificado (pago).
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A Transparência Brasil lançou o guia LAI e LGPD: Como equilibrar?. O guia se propõe a auxiliar servidores e gestores na decisão sobre divulgar ou não informações pessoais produzidas armazenadas pelo poder público.
INSPIRA
Trabalhos e iniciativas inovadoras para te inspirar
A violência tem sido um tema atemporalmente discutido por impactar negativamente todos os setores da sociedade. A constante busca por soluções eficazes dividem opções por, na maioria das vezes, ser proposta soluções que acabam beneficiando uma parcela da população. Por ser um tema que infelizmente já faz parte do cotidiano, às vezes não se tem uma percepção relacionada a de como a vizinhança muda a partir dos impactos da violência, principalmente armada. No entanto, os pesquisadores Eli Murray, Josh Williams, Rebecca Lieberman e Robert Gebeloff decidiram criar para o The New York Times a visualização How Has Gun Violence Changed in Your Neighborhood, mostrando as mudanças em algumas cidades dos Estados Unidos.
Na imagem, mapeamento de algumas idades dos Estados Unidos e os impactos da violência armada.
Na visualização é possível ver o mapa dos Estados Unidos que pode ser filtrado por cidades. Até a produção deste Boletim, constavam 10 cidades. Os autores incluíram as categorias Incidentes, com dados de 2020 a 2023, em uma escala de 0 a 40+ incidentes; categoria Mudança, que mostra se houve ou não aumento no número de incidentes, contendo dados de 2016 a 2019; e categoria Raça, indicando quem são as vítimas nestes territórios. Cada cidade ainda contém uma legenda explicando os principais dados relacionados a cada categoria. A visualização foi produzida a partir dos dados do Gun Violence Archive.
NOVOS DADOS
A Prefeitura de Porto Velho implantou o Geoportal PMPV, que possibilita consulta de dados sobre a infraestrutura do município e mapas interativos com informações relacionadas a equipamentos comunitários e serviços prestados.
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DataFixers disponibiliza dados do Idesp, indicador que contém o desempenho dos alunos e as taxas de aprovação, e do Saresp, que informa o desempenho dos estudantes em avaliações, ambos relacionados a São Paulo.
UPDATE
Atualize-se com as novidades de softwares e bases de dados
Git 2.45 tem suporte experimental para reftables, interoperabilidade SHA-256 e mais.
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JupiterLab 2.4 trás gerenciamento de espaços de trabalho com interface gráfica, rastreio de arquivos e diretórios abertos/fechados recentemente e mais.
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Jupiter Notebook 7.2 dentre os principais novos recursos, destacamos o modo janela completa como padrão, melhoria no editor de atalhos e tema escuro em alto contraste.