Terceira edição do Coda Amazônia discutirá produção tecnológica indígena, mudanças climáticas e uso de IA
Gratuito, o evento acontecerá nos dias 27 e 28 de junho, na UFPA, em Belém. O formulário para envio de sugestões de atividades está aberto até o dia 17/03
A cidade de Belém (PA) sediará, entre os dias 27 e 28 de junho, o terceiro Coda Amazônia, edição regional da Conferência de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais. O evento é organizado pela Escola de Dados, programa educacional da Open Knowledge Brasil e tem patrocínio do do programa Vozes para a Ação Climática Justa (VAC), em parceria com a Hivos. A Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Pará (Facom/UFPA), o Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (PPGCOM/UFPA) e o Observatório do Marajó são organizações correalizadoras do desta edição.
O uso de dados para investigações sobre mudança e justiça climática, discussões sobre a produção tecnológica de comunidades indígenas, combate à desinformação e uso da inteligência artificial, são alguns dos temas transversais à programação deste ano. É possível enviar sugestões de workshops, painéis e outras atividades por meio do formulário até o dia 17 de março.
Cerca de 250 pessoas são esperadas para os dois dias de conferência, com atividades práticas facilitadas por convidados nacionais e internacionais, especialistas em ferramentas ou metodologias de trabalho com dados. O evento é gratuito e as inscrições serão abertas em breve. Todas as atualizações sobre o evento são divulgadas no site do Coda Amazônia 2024.
Uma das novidades é a realização de sessões de apresentações rápidas, onde jornalistas, pesquisadores, ativistas e lideranças comunitárias poderão apresentar seus projetos guiados por dados, proporcionando um ambiente de trocas e novas parcerias, o que fortalece a comunidade local.
“Desde a sua primeira edição, em 2022, temos observado um crescimento exponencial da comunidade interessada no trabalho com dados na Amazônia Legal. Hoje, o espaço de troca criado durante o evento é utilizado no desenvolvimento de novas iniciativas locais e isso tem um impacto muito importante, principalmente porque estamos falando de uma comunidade que tem aprimorado suas capacidades quanto ao uso de dados”, disse a coordenadora da Escola de Dados, Jamile Santana.
ODI Cidades
Outra novidade da programação é o lançamento do Índice de Dados Abertos para Cidades (ODI Cidades), avaliação inédita desenvolvida pela Open Knowledge Brasil, sobre a disponibilidade e qualidade de dados abertos de todas as capitais brasileiras. A partir desta análise, é possível identificar gargalos em áreas de interesse público e orientar políticas de dados abertos com base em padrões e princípios reconhecidos internacionalmente e boas práticas para abertura de dados.
Impactos
Um dos impactos diretos do Coda Amazônia é a criação do curso de especialização em Jornalismo de Dados, Inteligência Artificial e Pesquisa Netnográfica (DadosJor) da UFPA, a primeira a abordar o tema em uma universidade pública na região norte do país. “Realizar o Coda Amazônia é uma ação cheia de sabedoria e coerência. Eu me identifico muito com a fala do James Charlton, que por aqui foi adotada pelos movimentos progressistas, ‘nada sobre nós, sem nós’. A Amazônia possui um dos ecossistemas mais cobiçados do mundo; logo, nossos dados, nossa história contada por eles, é de interesse de uma miríade de pessoas, jornalistas, ambientalistas, pesquisadores, mas também predadores de todas as ordens. Por esse motivo, nada mais justo que nós nos preparemos e nos apropriemos desse autoconhecimento para podermos, nós mesmos, falarmos sobre nós”, disse a diretora da Faculdade de Comunicação (Facom) e da especialização da UFPA, Kalynka Cruz.
Na última edição, lideranças comunitárias de quilombos e comunidades ribeirinhas dos municípios de Salvaterra, Soure, Afuá, Chaves, Anajás, Oeiras do Pará, Breves e Muaná participaram da programação, que aconteceu em Belém e em Salvaterra, na Ilha de Marajó. As participações proporcionaram um intercâmbio de conhecimento e a disseminação dos aprendizados nos territórios. “Aprender e refletir com as lideranças é muito valioso, porque nos permite adotar novas práticas [no trabalho com dados]. A gente sabe que as comunidades tradicionais, ribeirinhas, quilombolas, extrativistas e indígenas já trabalham produzindo dados, informação e saberes há séculos”, afirmou Luti Guedes, diretor-executivo do Observatório do Marajó.
Coalizão VAC
No âmbito do programa Vozes pela Ação Climática Justa (VAC), as organizações Associação de Afro Envolvimento Casa Preta, InfoAmazonia, PyLadies Manaus, PyData Manaus e a Associação dos Amigos da Inclusão Digital da Amazônia (INDIA/Coletivo Puraqué) também apoiam a organização desta edição do evento.
Meus comentários é que eu serei um grande ouvinte desse Seminário, pois acredito que vou entrar nesse espaço pois sem nenhuma ideia do que vai acontecer, mas quando eu tiver fora vou levar tudo sobre o que irei aprender lá, e com certeza eu serei um ouvinte fiel.