5 e 6/11 – ESPM SÃO PAULO
PEGABOT: DE OLHO NOS ELEMENTOS TÉCNICOS DA DESINFORMAÇÃO
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio), Redson Fernando e Otávio Gomes foram os responsáveis por apresentar o Pegabot, a ferramenta de detecção de automação do ITS-Rio no Coda.BR 2022. Muito além de mostrar aos participantes como o mecanismo funciona, os instrutores deram uma verdadeira aula sobre detecção de automação nas redes sociais, introduzindo conceitos básicos, ferramentas e possibilidades de análise ao longo da atividade.
O workshop começou tratando de algumas peças-chave na automação on-line, como os bots, ciborgues, trolls, haters e CIB (comportamento inautêntico coordenado). Apesar de grande parte da fama dos bots ocorrer devido ao seu uso em ataques coordenados e estratégias de viralização de conteúdo, os palestrantes também comentaram a aplicação da tecnologia em bots cívicos e chatbots. Destacaram ainda o CIB, que é caracterizado pelo esforço para manipular o debate público para um fim coordenado e estratégico, no qual contas falsas têm um papel central.
Quanto à detecção dos bots, os instrutores reforçaram que não há uma fórmula exata. Nesse sentido, a solução encontrada pela equipe do ITS-Rio é um olhar multissetorial, que envolve heavy users, jornalistas, organizações da sociedade civil, policy e pesquisa. Um dos resultados deste trabalho é o Pegabot, projeto de código aberto que verifica um perfil no Twitter e dá uma pontuação baseada na probabilidade desta conta ser um bot. A ferramenta conta com um perfil na rede social que responde aos usuários se determinada conta no Twitter é bot ou não.
Redson e Otávio apresentaram detalhes da estrutura da ferramenta e do funcionamento de seu motor. Os instrutores mostraram como os bots podem ser construídos a partir de plataformas como o Twitter API e o Selenium Web Scraping e apresentaram outras ferramentas para detecção, como o Botometer, o Bot Sentinel e o BotSlayer. Eles explicaram que assim como o Pegabot, estes mecanismos observam características como linguagem dos tweets, análise de hashtags, dados de usuário e quantidade de tweets/retweets. Mas, apontaram que a análise da linguagem dos tweets é mais forte em inglês, já que para o português tais ferramentas ainda não são tão assertivas.
Por fim, os palestrantes mostraram o fluxo de análises que conduzem com o auxílio do Pegabot, composto por quatro etapas: busca por um ou mais termos no Twitter, seleção de usuários, identificação dos bots e análise dos resultados. Eles compartilharam ainda algumas publicações que resultaram desse trabalho.
REDSON FERNANDO
Pesquisador da área de Democracia e Tecnologia, é graduado em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atua em projetos com foco em educação midiática e no combate à desinformação, como o Pegabot. Também foi residente artístico no Oi Kabum! LAB e co-criador do Projeto R.A.M. – Reconfiguração de Afeto e Memória, espetáculo urbano contemplado na Mostra de Arte Interferências3. Acredita na tecnologia e na arte como ferramentas de transformação social.
OTÁVIO GOMES
Graduando em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal (UFV). Se interessa por tecnologias disruptivas e seu impacto na sociedade. Já desenvolveu pesquisa na área de gamificação e blockchain. Participa do Núcleo de Pesquisa em Engenharia de Software e Sistemas Colaborativos (NuPESSC) da Universidade Federal de Viçosa. É pesquisador na equipe de Democracia e Tecnologia.
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