5 e 6/11 – ESPM SÃO PAULO
INVESTIGANDO ANÚNCIOS POLÍTICOS NAS REDES SOCIAIS
Nesta atividade, a repórter do Núcleo Jornalismo Laís Martins mostrou como navegar nas bibliotecas de transparência de anúncios da Google e da Meta para identificar gastos e irregularidades no impulsionamento de conteúdo durante o período eleitoral. A palestrante apresentou o Observatório de Impulsionamento Eleitoral e o robô @deolhonosads no Twitter, criados pelo Núcleo para monitorar gastos com impulsionamento de conteúdo de campanhas eleitorais, e comentou as principais regras para a publicidade política nas redes sociais.
Durante o período eleitoral de 2022, 9,5 mil candidatos gastaram mais de R$ 325,5 milhões com o impulsionamento de conteúdos na Internet, de acordo com levantamento do Observatório de Impulsionamento Eleitoral.
A Google, por exemplo, faturou mais de R$ 85 milhões em gastos de candidatos com publicidade política. Na Meta, os anúncios no Facebook e Instagram renderam mais de R$ 186 milhões. Juntas, as plataformas somam o montante de aproximadamente R$ 270 milhões em gastos declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelos candidatos com a rubrica de “Despesa com Impulsionamento de Conteúdos”.
Para explorar a biblioteca de transparência das plataformas digitais, Laís utilizou, durante o workshop, os exemplos dos candidatos à presidência Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Ao acessar o relatório de transparência de propaganda política no Google, a ferramenta indicou gastos de R$ 22,7 milhões em publicidade para a exibição de 2,6 mil anúncios de Lula. Quanto a Bolsonaro, a plataforma registrou o investimento de R$ 27,8 milhões para a exibição de pouco mais de mil anúncios.
Na biblioteca de transparência de anúncios da Meta é possível ver que, nos últimos 90 dias, a página Lula no Facebook e a conta @lulaoficial no Instagram empenharam o valor de R$1,3 milhões em 424 anúncios da categoria “temas sociais, eleições ou política”. No mesmo período, a página Jair Messias Bolsonaro no Facebook e a conta @jairmessiasbolsonaro no Instagram empenharam o montante de R$ 2,7 milhões em 188 anúncios políticos.
A jornalista contou que, nas eleições de 2022, o dinheiro das campanhas foi gasto inclusive com anúncios que estavam contra as políticas das plataformas e conteúdos removidos. Durante a oficina, Laís listou ainda alguns pontos de atenção para a cobertura jornalística sobre o tema como, por exemplo, a adequação dos conteúdos às regras das plataformas, gastos expressivos em curto período de tempo e o direcionamento de anúncios a públicos segmentados por estado, gênero e faixa etária.
• Slides do workshop
• Observatório de Impulsionamento Eleitoral (Núcleo Jornalismo)
• Google e Facebook faturaram mais de R$270 MI com as eleições
• Relatório de transparência de propaganda política no Google
• Google Relatório de Transparência Google
• Biblioteca de Anúncios da Meta
• Robô @deolhonosads
• As regras das redes sociais para anúncios políticos (Núcleo Jornalismo)
• Prestação de contas de candidatos (Portal de Dados Abertos do TSE)
• Meta Made Millions in Ads From Networks of Fake Accounts (WIRED)
• Meta remove anúncios de instituto conservador de Eduardo Bolsonaro por violação às regras (Núcleo Jornalismo)
• Facebook e Instagram abrem brecha, e candidatos financiam anúncios com fake news e ataques às urnas (O Globo)
• Candidatos param anúncios, mas apoiadores burlam regras e cometem crime eleitoral (Núcleo Jornalismo)
• Produtora de vídeo contra sistema eleitoral, Brasil Paralelo lidera gastos com anúncios de política no Facebook e no Instagram (Núcleo Jornalismo)
• Twitter publica anúncio da Brasil Paralelo, que produziu e viralizou vídeo contra sistema eleitoral (Núcleo Jornalismo)
• Em ano eleitoral, governo Bolsonaro paga R$ 89 milhões em campanhas que elogiam a gestão (Agência Pública)
• Anúncios de tratamentos sem comprovação para Covid-19 ainda podem ser impulsionados no Facebook (Núcleo Jornalismo)
• Facebook is bombarding cancer patients with ads for unproven treatments (MIT Technology Review)
LAÍS MARTINS
É jornalista formada pela PUC-SP e mestra em Comunicação Política pela Universidade de Amsterdam. É repórter no Núcleo Jornalismo, cobrindo políticas de plataforma e como grupos políticos operam nas redes sociais. Atua também como freelancer para veículos brasileiros e estrangeiros nas áreas de política, segurança pública, direitos humanos, tecnologia e todas as intersecções. Atualmente é fellow do Pulitzer Center, que a premiou com uma bolsa para investigar como o aumento na circulação de armas de fogo sob o atual governo está impactando as mulheres brasileiras.
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