18 e 19/11 – ESPM SÃO PAULO (CAMPUS ÁLVARO ALVIM)
R. DR. ÁLVARO ALVIM, 123 – VILA MARIANA
Dados pela vida: segurança e letalidade policial
DIA:
18/11
HORÁRIO:
11:15h
DURAÇÃO:
1:30h
Nível:
Básico
Sobre o workshop
Texto por Caê Vatiero
Reportar dados sobre segurança e letalidade policial no Brasil é um desafio enfrentado há anos por profissionais de comunicação e pesquisadores de todo o país. Seja no Rio de Janeiro, com o trabalho do Instituto Fogo Cruzado, em São Paulo, com a Ponte Jornalismo, ou na Bahia, com os repórteres do jornal Correio realizando uma cobertura local, é necessário um esforço extra na coleta de dados sobre o tema diante da ausência de informações governamentais.
O workshop apresentou perspectivas de diferentes territórios que ao mesmo apontavam para desafios em comum. Entre eles, a falta de transparência a’tiva e passiva das forças de segurança nacionais; a escassez e a despadronização de dados referentes a raça e gênero no Brasil, vitimizando a população preta e periférica; e o trabalho jornalístico como ferramenta fundamental para pressionar o poder público.
Dando início a sequência de apresentações, a jornalista Jeniffer Mendonça falou sobre o projeto “De Olho na Polícia: Índice de Transparência da Letalidade Policial”, uma iniciativa que avalia como os estados brasileiros divulgam os dados sobre os policiais que matam e morrem no país. O levantamento da Ponte Jornalismo mostrou que 7 estados não informam sobre mortes cometidas pela polícia em seus sites e 17 não publicam as mortes de policiais. A palestrante também destacou os 3 estados que zeraram a pontuação em transparência: Roraima, Rondônia e Acre.
Em seguida, a jornalista Marianna Araujo contou os bastidores do projeto “Futuro Exterminado”, uma plataforma de fácil acesso com dados sobre crianças e adolescentes baleadas no Grande Rio. Em sua fala, Marianna ressaltou que a desinformação sobre segurança pública é a chave para entender os 30 anos de políticas ineficientes e uma sociedade que vive amedrontada. A palestrante também destacou que uma das estratégias utilizadas pelo Fogo Cruzado para sensibilizar uma ampla audiência sobre a letalidade policial é falar sobre memória e luto.
E, encerrando a atividade, o repórter do jornal Correio Wendel de Novais falou sobre o poder de acessar dados. O jornalista contou como a Bahia saiu de um vazio informacional sobre violência armada para uma cobertura intensa com atualização diária dos registros, incluindo informações de onde ocorreram os tiroteios, número de vítimas fatais e baleados e causas dos registros de tiro, a partir de levantamentos do Instituto Fogo Cruzado.
Referências
Apresentação – Ponte Jornalismo
Apresentação – Instituto Fogo Cruzado
Fogo Cruzado: app que alerta população sobre disparos de arma de fogo chega à Bahia
Salvador teve mais de 200 tiroteios em setembro, aponta instituto
‘Invadiram casas para matar’: moradores falam de terror em ataque do CV no Engenho Velho de Brotas
Pré-requisitos da atividade
Sem pré-requisitos.
JENIFFER MENDONÇA
É repórter da Ponte Jornalismo, site especializado na cobertura de segurança pública e sistema de justiça com foco em direitos humanos, onde escreve desde 2017. É pós-graduanda em Estudos de Criminalidade e Segurança Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em 2022, foi finalista na categoria “Revelação” do Troféu Mulher Imprensa.
MARIANNA ARAUJO
Diretora de comunicação e inovação do Instituto Fogo Cruzado. É jornalista, doutora em Comunicação e Cultura pela UFRJ. Foi diretora de comunicação do Intercept Brasil e é fundadora da editora independente Mórula Editorial.
MAYRA PINHEIRO
Bacharel em Ciências Sociais. Mestranda em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisadora do Instituto Sou da Paz. Atua nas áreas de estudos de violência, desenvolvimento urbano e habitação, com foco em métodos quantitativos e análise de dados em R.
WENDEL DE NOVAIS
Repórter no jornal Correio.
Nosso conteúdo está disponível sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, e pode ser compartilhado e reutilizado para trabalhos derivados, desde que citada a fonte.