Geração cidadã de dados
SOBRE O WORKSHOP
Texto por Nayan Silva
Revisado pela Escola de Dados
Um debate que vem sendo pontuado há algum tempo, principalmente por ativistas e militantes de comunidades periféricas, indígenas e quilombolas, gira em torno dos chamados “dados oficiais”. Na tentativa de contrapor à ideia de que o dado oficial é somente aquele que vem dos governos, tendo em vista que muitas vezes esses dados desconsideram realidades ou não são coletados pela falta de interesse de dirigentes políticos, o data_labe – um laboratório de dados do Rio de Janeiro que atua em diversas partes dentro da geração e descomplicação de dados – utiliza o conceito de geração cidadã de dados (GCD).
A geração cidadã de dados compreende um conjunto de ações que possibilitam aos próprios cidadãos a geração, o recolhimento e a utilização de dados para benefícios de suas comunidades e coletivos. A intenção é exatamente valorizar o trabalho das comunidades como conhecedoras de seus territórios, para levantar dados que considerem essas realidades locais, analisando problemas específicos para que os dados possam ser bem utilizados posteriormente.
A GCD ocorre em sete passos, que podem ser realizados em qualquer ordem:
• identificar
• delimitar
• discutir
• selecionar
• engajar
• estruturar
• comunicar
A identificação e a delimitação servem para descobrir qual problema, assunto, experiência ou realidade precisa ser evidenciada através de dados, além das causas que melhor poderiam explicar o problema selecionado.
Na fase da discussão e seleção, são analisados outros subtópicos do problema, que não serão abordados, e o quanto isso pode afetar a coleta, além de verificar se outras bases de dados já abordam o mesmo assunto.
uando chega a hora do engajamento e da estruturação, é necessário encontrar as pessoas que ajudarão na coleta dos dados e os processos e as sistematizações que serão necessárias para gerar dados de forma computacional.
Por fim, a comunicação serve para pensar as estratégias que serão criadas para comunicar os resultados do trabalho.
A rede da Geração Cidadã de Dados é formada pela data_labe, Casa Fluminense, Dicionário das Favelas, LabJaca, FogoCruzado e Observatório das Favelas.
LOCAL
Laboratório 106
NÍVEL
Básico.
REFERÊNCIAS
Polinho Mota
Nascido e criado em Manaus, atualmente mora no Rio de Janeiro onde atua como coordenador de dados e DPO do data_labe, laboratório de dados com foco em gênero, raça e território. Possui mestrado e atualmente está no doutorado em Epidemiologia e ciência de dados populacionais na UFRJ. Polinho acredita e trabalha para a democratização das tecnologias, feitas por todas as pessoas de forma livre e soberana.
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