18 e 19/11 – ESPM SÃO PAULO (CAMPUS ÁLVARO ALVIM)
R. DR. ÁLVARO ALVIM, 123 – VILA MARIANA
10 anos da Rede de Conhecimento Livre no Brasil +
Cerimônia de entrega do Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados
Texto por Bárbara Libório
A comemoração de 10 anos de atuação da Open Knowledge Brasil e a cerimônia de entrega do Prêmio Cláudio Weber Abramo 2023 coroaram o reconhecimento da comunidade que desempenhou um papel fundamental na luta pelo conhecimento livre e por dados abertos nos últimos anos.
Enquanto Fernanda Campagnucci, diretora-executiva da OKBR, trouxe à frente do palco do auditório a equipe atual, parceiros, associados e embaixadores cívicos da organização, Jamile Santana, coordenadora da Escola de Dados, deu voz às homenagens a aqueles que desempenharam papéis cruciais nessa história: primeiro na lembrança a Philip Meyer, jornalista vencedor do Pullitzer, precursor do jornalismo de precisão, que nos deixou este ano; e também na homenagem a Schirlei Alves, jornalista de dados condenada à prisão em regime aberto e multa por trazer a tona o caso do julgamento e revitimização de Mari Ferrer.
Premiação
Em seguida, a entrega do Prêmio Cláudio Weber Abramo destacou trabalhos de excelência nas categorias: Dados Abertos, Inovação e Experimentação,Iinvestigação e Visualização de dados. Neste ano, os jurados também indicaram dois trabalhos para receber menção honrosa.
Na primeira categoria, saiu vencedor o projeto “Revelando e organizando as notas fiscais do cartão corporativo de todos os ex-presidentes brasileiro, da Fiquem Sabendo e do DataFixers.org, que revelou os gastos corporativos de ex-presidentes e marcou o início de reportagens publicadas em dezenas de veículos, envolvendo jornalistas até mesmo na digitalização de notas fiscais.
Em Inovação, a reportagem “BBB 23: Inteligência artificial revela quem mais apareceu nos VTs do programa“, publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, venceu a categoria ao utilizar técnicas de inteligência artificial e deep learning para revelar os participantes que mais apareceram nos VTs do reality show. O júri considerou que o trabalho entrega uma visão inovadora sobre o que pode ser passível de análise e quantificação.
Na categoria da Investigação, “Amazon Under World“, da InfoAmazônia, se destacou como uma pesquisa transnacional, cuja apuração durou mais de um ano. O mapeamento de facções e grupos armados na Amazônia revelou histórias sobre os impactos ambientais e sociais na região. O projeto “Nome aos Bois“, da Repórter Brasil, que lançou luz sobre os maiores pecuaristas do país, destacando problemas ambientais e trabalhistas por meio de análises de dados aprofundadas, ganhou menção honrosa.
A categoria de visualização premiou a reportagem “Branco e masculino, STF pode mudar em 2023“, da Gênero e Número, que segundo o júri “joga luz em um tema que a gente já conhece como um problema sistêmico, mas que ganha uma nova proporção quando apresentado de forma didática”. A visualização deixa evidente como a suprema corte do país teve magistrados majoritariamente brancos e do sexo masculino. A reportagem “Rota + Segura“, do Estadão, também ganhou menção honrosa e se destacou ao traçar trajetos com menos roubos e furtos de veículos, fornecendo uma análise útil para a população.
FERNANDA CAMPAGNUCCI
Diretora-executiva da Open Knowledge Brasil. De 2013 a 2019, atuou como gestora pública na Prefeitura de São Paulo, tendo sido responsável pela política municipal de transparência, abertura de dados e integridade na Controladoria Geral do Município, além de ter liderado projetos de tecnologia, inovação e governo aberto na Secretaria Municipal de Educação. Graduada em Jornalismo e mestre em Educação pela Universidade de São Paulo, é doutora em Administração Pública e Governo na Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV). Especialista em Transparência e Accountability pela Universidade do Chile (2014), foi fellow de Governo Aberto da Organização dos Estados Americanos (2015), Líder de Dados Abertos do Open Data Institute (2016) e fellow de governo da Unidade Operacional Governança Digital da Universidade das Nações Unidas, a UNU-EGOV (2018). É professora convidada do Insper nos cursos de Compliance e de Inovação no Setor Público.
JAMILE SANTANA
É jornalista com 11 anos de experiência em cobertura diária local. Pós-graduanda em Jornalismo de Dados, Automação e Data Storytelling pelo Insper e especialista em Transparência Pública em municípios pela ENAP. Em 2021, recebeu a medalha Zumbi dos Palmares da Câmara de Mogi das Cruzes pela sua atuação como ativista na área de transparência pública e dados no município, onde entregou à administração municipal o texto que se tornou projeto de lei para Regulamentação da Lei de Acesso à Informação. É também mãe do Antônio e do Símon.
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