18  e 19/11 – ESPM SÃO PAULO (CAMPUS ÁLVARO ALVIM)
R. DR. ÁLVARO ALVIM, 123 – VILA MARIANA

LGBTdados: acesse o DataSUS e encontre pautas sobre saúde e direitos LGBTQIA+

DIA:
18/11

HORÁRIO:
11:15h

DURAÇÃO:
1:30h

Nível:
Básico

Sobre o workshop

Texto por Natália Santos

 

Onde buscar dados confiáveis para contar histórias sobre a população LGBTQIA+ no Brasil? A resposta para essa pergunta está neste workshop liderado pela Gênero e Número, organização sem fins lucrativos que produz, analisa e dissemina dados especializados em raça, gênero e sexualidade.

Antes de entrar no tema, Vitória Régia e Natália Leão ressaltaram a importância de encarar os dados como fonte, mas compreender que essas informações não são neutras e puramente objetivas. Por serem construções humanas, bases de dados estão sujeitas a erros. Sendo assim, os dados, por si só, traduzem visões de mundo. Essa é a primeira dica para se ter em mente antes de começar a análise.

O segundo passo é ter uma pergunta ou tema para entrevistar a base de dados. Ter essa ideia em mente, segundo as instrutoras, ajuda a guiar o processo de análise quando muitas informações são oferecidas.

No Brasil, a principal base de dados pública com informações sobre orientação sexual e identidade de gênero é a SINAN/DataSUS – Sistema de Informações de Agravos de Notificação. Nela, é possível encontrar informações sobre violência, saúde, procedimentos. Entretanto, as instrutoras ressaltaram que, como esses dados são coletados em unidades de sistema de saúde, as informações na base de dados representam as pessoas que buscaram esses espaços por algum motivo.

As palestrantes também ressaltaram que essa compilação de dados não é total, mas ajuda a compreender alguns obstáculos e necessidades de políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+.

Os dados do SINAN/DataSUS sobre identidade de gênero e orientação sexual podem ser obtidos apenas por meio de download dos microdados na plataforma do órgão. O passo a passo para o acesso está detalhado na apresentação do workshop.

Para identificar quais são os dados mais importantes da pesquisa, as instrutoras passaram algumas orientações de como ler o dicionário da base de dados; cruzar variáveis de gênero, raça, orientação sexual e identidade de gênero; e comparar com anos anteriores e/ou com outras bases de dados.

Cada base de dados possui a sua especificidade. O mesmo acontece com o SINAN/DataSUS. Nesse contexto, vale lembrar duas dicas importantes: renomear as variáveis tendo como base o dicionário de dados, já que as colunas e linhas possuem classificações diferentes do costume; e ajustar a variável “idade” e selecionar as variáveis de interesse para cada unidade federativa. Essas orientações também foram disponibilizadas pelas palestrantes nos códigos em R inseridos na apresentação de slides.

 

Referências

LGBTdados

DataSUS

Pré-requisitos da atividade

Sem pré-requisitos.

natalial

NATÁLIA LEÃO

Doutora em Sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP/UERJ). Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Licenciada e Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É presidente e diretora de pesquisa e projetos da Associação Gênero e Número, onde atua há seis anos. Também já atuou como pesquisadora do CERES – Centro para o Estudo da Riqueza e Estratificação Social e do GEMAA – Grupo de Estudos Multidiciplinares da Ação Afirmativa. Tem experiência com estudos sobre desigualdade e estratificação social, gênero, raça, mercado de trabalho, políticas públicas e produção de dados.

vitoria

VITÓRIA RÉGIA DA SILVA

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós graduanda em Escrita Criativa, Roteiro e Multiplataforma pela Novoeste. É vice-presidente da Associação Gênero e Número, onde atua há mais de sete anos com cobertura de gênero, raça e sexualidade por meio do jornalismo de dados. É uma das autoras do livro “Capitolina: o mundo é das garotas” [ed. Seguinte] e colaborou com o livro “Explosão Feminista” [Ed. Companhia das Letras] de Heloisa Buarque de Holanda. Já escreveu reportagens e artigos em diversos veículos no Brasil e no exterior, como o HuffPost Brasil, I hate flash, SPEX (Alemanha) e Gucci Equilibrium.

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