18  e 19/11 – ESPM SÃO PAULO (CAMPUS ÁLVARO ALVIM)
R. DR. ÁLVARO ALVIM, 123 – VILA MARIANA

VITRINE DE DADOS: APRESENTAÇÕES RELÂMPAGOs

DIA:
19/11

HORÁRIO:
11:15h

DURAÇÃO:
1:30h

Nível:
Básico

Sobre o painel

Texto por Bianca Muniz


Sob mediação de Jamile Santana, esta sessão promoveu apresentações de 15 minutos dos projetos selecionados, concedendo espaço ainda para dúvidas e comentários do público.

Cédric Lombion apresentou o projeto Bonfire: uma plataforma de dados abertos sobre iniciativas que desenvolvem capacidades. Esses dados podem ser informações principais, que normalmente a iniciativa já deve coletar (como temas abordados, a duração da atividade, o instrutor, quem financiou, informações sobre participantes, etc); recursos utilizados na atividade e que nem sempre são compartilhados (como programação e material da atividade); e dados contextuais, que raramente são coletados (informações socioeconômicas dos participantes, contexto político do evento, idioma principal dos participantes).

Cédric comentou que a ferramenta tem como principais características a presença de uma interface que possibilita revisar, comparar e baixar dados e materiais sobre o treinamento; páginas de perfil que resumem e destacam o histórico de treinamentos, e uma interface analítica que oferece insights sobre os eventos.

A segunda apresentação foi comandada por Danielle Bello, coordenadora de pesquisa e advocacy da Open Knowledge Brasil. Ela mostrou o ​​Índice de Dados Abertos para Cidades 2023, ou ODI Cidades, que é uma avaliação da disponibilidade e da qualidade de dados abertos nos municípios.

A ferramenta abordará temas como saúde, infraestrutura urbana, cultura, esporte e lazer, abrangendo 111 conjuntos de dados em cada uma das capitais das unidades federativas. Com o ODI Cidades, espera-se estimular discussões locais em 2024, ano de eleições municipais, e promover a abertura de dados em nível local, envolvendo participação pública.

A terceira apresentação foi a da Base dos Dados. A BD é uma ONG que tem a missão de universalizar o acesso a dados de qualidade, tornando este caminho fácil e intuitivo. A exposição foi comandada por Fernanda Scovino, co-fundadora e diretora executiva na BD. 

Mas não é só de bases que vive a BD: ela também atua no letramento em análise de dados. Por entender que universalizar esses metadados não é só disponibilizar o material, o projeto também estimula a participação da comunidade, diminuindo as barreiras técnicas no uso das informações disponíveis no portal. Isso é feito por meio de visualizações de dados divulgadas nas redes sociais e na newsletter do projeto, workshops, análises ao vivo e suporte à comunidade no Discord. 

A Gênero e Número, representada pela diretora Maria Martha Bruno, apresentou uma prévia do “Mapa Nacional Da Violência De Gênero”, projeto realizado em parceria com o Senado Federal e o Instituto Avon. 

Em 2019, A Gênero e Número lançou o Mapa da Violência de Gênero, utilizando dados do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade) e SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), parte do sistema DataSUS, com foco municipal e incluindo a legislação estadual sobre violência contra mulheres e pessoas de gênero diverso. A diretora relatou que a manutenção do projeto foi desafiadora, mas a demanda por atualizações cresceu. Para revigorá-lo, foi estabelecida uma parceria com o estado (representado pelo Senado Federal, nas figuras do DataSenado e Observatório da Mulher Contra a Violência) e a sociedade civil (com o Instituto Avon).

O novo projeto visa não apenas atender pesquisadores, mas também gestores de políticas públicas, do terceiro setor e da imprensa. O Mapa busca ser a principal plataforma sobre violência de gênero no Brasil, unindo dados públicos e indicadores relevantes.

A Agenda Transparente é uma ferramenta de monitoramento das agendas das autoridades do Executivo Federal. Apresentada por Victória César, desenvolvedora full-stack da Fiquem Sabendo, ela conta que com esse acompanhamento é possível saber o que o Executivo está fazendo, com quem esses agentes estão se reunindo, quem está influenciando as políticas públicas e também monitorar quais são “as vozes marginalizadas nos corredores do poder”. O projeto foi vencedor do Desafio de Inovação do Google News Initiative no ano de 2021.

A desenvolvedora mostrou também os vários recursos da plataforma, como a possibilidade de pesquisar palavras-chave, criar alertas, seguir autoridades, filtrar ministérios/pessoas de interesse, além do recurso de criar dashboards no Metabase e baixar os dados.

 

Referências

Civic Literacy Initiative

Índice de Dados Abertos (ODI – Open Data Index)

Apresentação – Base dos Dados

Site – Base dos Dados

Apresentação – Gênero e Número

Site – Gênero e Número

Agenda Transparente

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CÉDRIC LOMBION

Co-fundador da Civic Literacy Initiative, Cédric leciona jornalismo de dados no Instituto de Jornalismo de Bordeaux, na França. Ele foi o responsável por dados e inovação na Open Knowledge Foundation e coordenador da rede School of Data. Desde então, iniciou sua própria organização sem fins lucrativos focada em melhorar a capacitação de atores cívicos. Vive na França, mas trabalhou em todo o mundo com organizações locais e internacionais em projetos de alfabetização de dados, incluindo dezenas de redações.

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DANIELLE BELLO 

É mestranda em Administração Pública e Governo pela FGV EAESP. Especialista em Gestão Pública pelo Insper (2020) e bacharela em Políticas Públicas (2017) e em Ciências e Humanidades (2015) pela UFABC, atua profissionalmente com políticas públicas desde 2016. Tem experiência no setor público, trabalhando com a agenda de governo aberto na Prefeitura de São Paulo, nas iniciativas São Paulo Aberta (Secretaria Municipal de Relações Internacionais) e Pátio Digital (Secretaria Municipal de Educação). Também trabalhou no Governo do Estado de São Paulo, assessorando a Coordenadoria Pedagógica da Secretaria de Educação, sobretudo na gestão da produção de materiais didáticos da rede pública de ensino. No terceiro setor, atuou ainda com políticas e projetos educacionais voltados à inclusão de pessoas com deficiência.

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FERNANDA SCOVINO

Co-fundadora e diretora executiva da Base dos Dados, lidera a BD Lab. Matemática Aplicada pela FGV, atualmente líder de Dados e Inovação na Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro e com experiência na Impulso gov, Elogroup e Centro de Tecnologia e Sociedade (FGV/CTS).

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JAMILE SANTANA

É jornalista com 11 anos de experiência em cobertura diária local. Pós-graduanda em Jornalismo de Dados, Automação e Data Storytelling pelo Insper e especialista em Transparência Pública em municípios pela ENAP. Em 2021, recebeu a medalha Zumbi dos Palmares da Câmara de Mogi das Cruzes pela sua atuação como ativista na área de transparência pública e dados no município, onde entregou à administração municipal o texto que se tornou projeto de lei para Regulamentação da Lei de Acesso à Informação. É também mãe do Antônio e do Símon.

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MARIA MARTHA BRUNO

É uma das diretoras da Gênero e Número, onde trabalha há cinco anos. Antes, foi produtora da rede de televisão americana NBC News, onde trabalhou majoritariamente para o principal noticiário da emissora, o “NBC Nightly News”. Colaborou com a Al Jazeera por quatro anos, como produtora de matérias na América Latina, e com canais de televisão aberta e a cabo da Argentina. Foi repórter da Rádio CBN e correspondente do UOL em Buenos Aires. É mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ e atualmente dá aulas e faz pós-graduação na Texas A&M University, nos Estados Unidos.

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VICTÓRIA CÉSAR

Desenvolvedora full-stack, graduada em Sistemas para Internet. É entusiasta de novas tecnologias e procura sempre se aprofundar nos recursos que trabalha no dia a dia. Atualmente produz features e melhorias para os produtos buscando sempre a melhor interação do usuário com as plataformas. Seu foco também está na visualização e interpretação de dados, alinhados à tecnologia.

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