Prêmio Cláudio Weber Abramo: o primeiro prêmio em jornalismo de dados do Brasil
* texto originalmente publicado no site da Open Knowledge Brasil
O jornalismo de dados já faz parte do cotidiano da comunidade jornalística do Brasil. E se essa pauta já está no radar dos grandes veículos brasileiros, na Open Knowledge Brasil o jornalismo de dados está inserido de forma integral em diversas iniciativas: Escola de Dados, Perfil Político, Serenata de Amor e os demais projetos do Programa de Ciência de Dados para Inovação Cívica.
Tendo em vista o crescimento da área, que agrega ao jornalismo tecnologia, dados públicos e transparência, a OKBR lança em 2019 o Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados. O objetivo é dar uma maior visibilidade aos trabalhos de excelência no setor.
A própria escolha do nome do prêmio já é uma homenagem a um dos precursores do jornalismo de dados no Brasil: o jornalista Cláudio Weber Abramo. Vencedor do Prêmio Esso com o trabalho Excelências, que utilizou de bases de dados públicos para trazer informações sobre parlamentares, ainda em 2006, Cláudio também é tido com um dos principais ativistas em uma das maiores conquistas modernas do jornalismo brasileiro: a Lei de Acesso à Informação. Abramo faleceu em agosto de 2018 e sua obra serve de inspiração e referência para o prêmio, pioneiro no Brasil.
Segundo Natália Mazotte, diretora da Open Knowledge Brasil, o prêmio foi criado porque “estimular o jornalismo de dados é estimular o uso de metodologias e dados abertos e fomentar um debate público mais qualificado e menos polarizado”.
O Prêmio Cláudio Weber Abramo decidirá os melhores trabalhos nacionais em quatro categorias. A primeira, “Investigação guiada por dados” avalia descobertas inéditas de alto impacto social tendo como base o uso de dados. Outra categoria é “Visualização”, que premia os trabalhos com a melhor estética e uso de UX. “Inovação em jornalismo de dados” seleciona os melhores no quesito formatos e tecnologias inovadores. Por último, a categoria “Jornalismo e Dados Abertos” receberá os trabalhos que exponham suas metodologias e utilizem dados disponíveis pela Lei de Acesso à Informação.
A premiação traz em seu júri nomes de destaque, como Alberto Cairo, Knight Chair em Jornalismo Visual na University of Miami, Florencia Coelho, editora do La Nacion Data e José Roberto de Toledo, co-fundador da Abraji e criador do Estadão Dados. O corpo de jurados é composto por 11 membros, que selecionarão os 3 finalistas em cada categoria e, em seguida, os vencedores.
O intuito da iniciativa é reconhecer os bons trabalhos em jornalismo de dados, mas principalmente fomentar a comunidade e inspirar jovens talentos. “O Brasil tem uma ampla comunidade de jornalistas e pesquisadores que utilizam dados em suas rotinas de trabalho e a Escola de Dados faz parte da história dessa comunidade. Com o prêmio vamos conseguir mapear os trabalhos de excelência que vêm sendo produzidos”, afirma Mazotte.
As inscrições para as 4 categorias acontecem do dia 1º de julho a 8 de setembro de 2019 e são abertas a qualquer indivíduo, grupo ou organização com trabalhos de fins jornalísticos. Os vencedores serão premiados em uma cerimônia no Coda.Br, que acontece nos dias 23 e 24 de novembro em São Paulo.