Segundo módulo das oficinas Gastos Abertos começa com panorama do jornalismo de dados
Por Ludimila Honorato
O segundo módulo das oficinas Gastos Abertos, realizado na Faculdade de Direito da FGV em São Paulo nesta segunda-feira (07), deu início à análise e visualização de dados. A coordenadora da Escola de Dados, Natália Mazotte, apresentou um panorama do jornalismo de dados, falou de busca avançada, Lei de Acesso à Informação e limpeza de bases de dados com o Open Refine.
Com exemplos do século XIX, Natália mostrou que não é de hoje que a utilização de dados pode mudar a compreensão e o rumo da História, mesmo quando a informação era escassa. Atualmente, a grande quantidade de dados disponível digitalmente facilita o acesso a informações, mas ela ressalta que não basta ter acesso, é preciso processar e contextualizar o que se tem.
Outra coisa que favorece o jornalismo de dados são as ferramentas de processamento e visualização que, complementares ao jornalismo tradicional, resultam em uma combinação de faro jornalístico com informação digital a fim de produzir boas narrativas.
Em um momento “complicado por um lado e incrível por outro” do jornalismo, iniciativas surgem com propostas diferentes. Nesse cenário, o jornalismo de dados “tem papel fundamental”, pois é inovador, gera credibilidade, causa impacto e possibilita ao leitor interagir com os dados. Exemplos nacionais, como a InfoAmazonia, e internacionais, como o Bloomberg, mostram esses potenciais.
Natália detalhou o fluxo de trabalho com dados, que começa com uma busca e vai se afunilando até a visualização final, passando pela limpeza e análise. No processo, é importante garantir a qualidade dos dados, contextualizá-los e combiná-los com outras bases e comunicá-los com novas formas, como mapas, gráficos, animações etc.
Para obter informações mais precisas, o jornalista pode recorrer à busca avançada do Google, que permite uma série de filtros e dicas de pesquisa, tanto para textos e imagens quanto para documentos em diferentes formatos.
Uma ferramenta essencial para conseguir dados é a Lei de Acesso à Informação, utilizada em casos de indisponibilidade de dados públicos. Natália Mazotte detalhou o procedimento de pedido e recurso, quando necessário, em âmbito municipal, estadual e federal. Segundo ela, “fazer jornalismo com a Lei de Acesso muda tudo e é nesse contexto que o jornalismo de dados se fortalece. A gente tem acesso aos dados governamentais e uma ferramenta capaz de fazer com que a gente possa cobrar os governos quando eles não estão acessíveis”.
Para finalizar, Natália demonstrou a utilização do OpenRefine, uma ferramenta para navegação e limpeza de base dados. Durante a semana, os jornalistas terão que desenvolver um projeto de pauta com o que foi aprendido ao longo de curso.