Painel de abertura

SOBRE O painel

A legitimidade das comunidades locais para pautar políticas públicas direcionadas às necessidades de cada território e a potência da produção de dados por essas comunidades de forma descentralizada foi assunto do painel de abertura do Coda Amazônia 2023.

A atividade foi mediada por Jamile Santana, coordenadora da Escola de Dados, e contou com a presença de Bianca Barbosa, do Observatório do Marajó, Érica Azzellini, do Wiki Movimento Brasil, e Kalynka Cruz, da Faculdade de Comunicação da UFPA.

Bianca contou que o trabalho do Observatório do Marajó se expandiu durante a pandemia frente à necessidade das comunidades da região por informações voltadas a suas realidades. “Nós buscamos levar essas informações, mas também produzimos dados sobre, por exemplo, o número de infectados e de óbitos no Marajó. Foi um trabalho realmente de produção de dados”, explicou.

Ela contou que, atualmente, o Observatório atua por meio da articulação e do fortalecimento de redes, da capacitação de lideranças e de campanhas de incidência nas áreas de justiça climática, direitos humanos, democracia e transparência. Além disso, a organização trabalha com produção de dados e análise de políticas públicas voltadas às comunidades da região.

“Esses dados são importantes para cobrar políticas públicas e ampliar o debate sobre justiça climática. E o Coda Amazônia veio para fortalecer o nosso trabalho e o trabalho das lideranças porque uma liderança fortalecida, com acesso a metodologias e ferramentas, consegue potencializar muito mais o seu trabalho e a sua voz. Por isso também propusemos levar o Coda Amazônia para Salvaterra (Ilha de Marajó-PA) na edição deste ano.”

Érica Azzellini, do Wiki Movimento Brasil, celebrou o convite para participar do Coda, que veio ao encontro de um grande projeto da organização este ano, o Wiki loves Pará. A iniciativa visa valorizar a cultura local, mobilizando comunidades para inserir seus conhecimentos dentro das plataformas Wikimedia, como a Wikipedia, a mais conhecida, mas também a Wikimedia Commons, repositório multimídia, e o Wikidata, banco de dados estruturado.

“Uma vez que você insere esses conhecimentos com o apoio da população, isso gera um processo mais empoderador sobre a apropriação dessas plataformas e traz visibilidade para o conteúdo, levando em consideração esse conhecimento local e como isso deve ser integrado dentro deste grande ecossistema do conhecimento livre”, refletiu.

Kalynka Cruz, diretora da Faculdade de Comunicação da UFPA, trouxe ao público do Coda uma novidade: a criação de um curso de especialização de ensino à distância em Jornalismo de Dados, Inteligência Artificial e Pesquisa Etnográfica. A professora contou que a especialização é fruto da realização da primeira edição do Coda Amazônia no ano passado e vai oferecer 30% das vagas para ações afirmativas e 10% para as lideranças.

“O Coda Amazônia fomentou discussões cruciais para transformar a nossa região. Essa nova especialização representa o compromisso da UFPA com a formação de profissionais que tenham o poder de impactar positivamente a realidade. E ela é aberta a todas as áreas de conhecimentos, justamente porque trabalhar com dados é trabalhar não só com uma multiplicidade de disciplinas, como também com uma multiplicidade de realidades.”

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Sem referências.

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