Texto por Tatianny Soares
Revisado pela Escola de Dados
O workshop “Terra à vista: trabalhando com imagens de satélites”, facilitado por Thays Lavor, coordenadora de dados da InfoAmazonia, trouxe as premissas do geojornalismo, com demonstrações de como adquirir imagens de satélites nos mais diversos tipos de arquivos e em variadas bases de dados.
Rastrear e buscar imagens em plataformas de dados abertos é muito importante, pois essa prática não só alimenta as bases de dados com informações atualizadas, mas também potencializa narrativas dinâmicas.
Para explicar melhor a prática da análise de imagens de satélites, Thays ensinou as pessoas participantes a identificar fazendas dentro de territórios indígenas ou áreas de conservação, indicando também as fragilidades da autodeclaração do CAR (Cadastro Ambiental Rural).
A facilitadora revelou, ainda, outras aplicações relevantes em várias esferas socioambientais, desde a detecção de ocupações irregulares de resorts em praias, até mesmo questões urbanas, como planos de higienização em cidades, com o exemplo do caso de uma tentativa de retirada da comunidade centenária de Poço de Draga (Fortaleza).
Outra ferramenta de auxílio importante de conhecer, principalmente quando buscamos dados nas esferas de governo municipal, estadual e federal, é a Lei de Acesso à Informação (LAI), uma aliada estratégica na obtenção de shapefiles (tipo de arquivo comum em bases de dados), que auxilia na precisão das representações cartográficas.
Thays também destacou a utilidade de imagens de satélite antigas, que permitem comparações temporais, lançando luz sobre mudanças significativas no cenário geográfico.
O objetivo do workshop não era apenas promover o entendimento de técnicas de análise, como também despertar a consciência sobre a importância de se considerar múltiplos ângulos na interpretação de dados geoespaciais.
Na reta final da atividade, Thays realizou uma navegação guiada para que participantes pudessem explorar melhor funcionalidades do Google Earth e do software QGIS (recomendando-se a obtenção da versão estável deste último), a fim de identificar áreas de interesse e distorções territoriais com apenas alguns cliques.
Ao proporcionar uma interação direta com essas ferramentas, o workshop cultivou não somente conhecimento, mas também competências práticas fundamentais para explorar e compreender os diferentes cenários delineados pelos dados geoespaciais.