18 e 19/11 – ESPM SÃO PAULO (CAMPUS ÁLVARO ALVIM)
R. DR. ÁLVARO ALVIM, 123 – VILA MARIANA
INVESTIGAÇÕES SOBRE (IN)JUSTIÇAS ALGORÍTMICAS E FUTUROS POSSÍVEIS
Texto por Manuella Caputo
Nesta oficina, as instrutoras Mariana Morais e Valentina Kurkdjian Teixeira mostraram como o design pode ser utilizado para estimular o debate sobre direito e cultura de privacidade. Misturando teoria e prática, as palestrantes apresentaram conceitos do design centrais para o entendimento da área enquanto forma de se criar consciência para questões políticas e como parte de processos sociais. E, na segunda etapa do workshop, deixaram que os participantes assimilassem essas ideias colocando a mão na massa.
Na primeira parte, Mariana e Valentina introduziram duas atuações no campo do design: a de pesquisador (UX researcher), que coleta dados primários ou utiliza fontes secundárias para conhecer as necessidades do usuário; e a de designer (UX/UI), que interpreta tais critérios por meio de esboços conceituais ou cenários, empregando também as boas práticas do privacy by design (privacidade por padrão, em uma tradução livre).
Aquecendo para a atividade prática, as instrutoras apresentaram a metodologia do design participativo e a abordagem do design especulativo. Na primeira, o usuário participa diretamente no processo de desenvolvimento. Já a segunda, diz respeito à produção de projetos conceituais baseados em cenários futuros com a intenção de estimular o debate e a reflexão.
No design especulativo, destacam-se as categorias do que é 1 – possível, 2 – plausível, 3 – provável e 4 – preferível. Na atividade, as palestrantes afirmaram que um bom projeto junta o plausível e o provável para construir um cenário preferível. Elas também reforçaram a importância de se estar atento a sinais de mudança, ou seja, pequenas pistas que indicam que a realidade pode ser diferente em algum tempo. Um bom exemplo para se acompanhar, elas comentaram, são as tecnologias emergentes. Mas também é importante monitorar o que acontece nas esferas social, cultural, política e ambiental.
Para a parte prática, Mariana e Valentina dividiram os participantes em grupos e distribuíram cartas com diferentes missões em que as pessoas tiveram que tomar escolhas como um algoritmo de objetivo determinado. Em seguida, os grupos tiveram que mapear sinais de mudança referentes aos temas das cartas e, por fim, apresentar lides jornalísticos sobre o futuro imaginado resultante da dinâmica.
As cartas utilizadas foram adaptações criadas pelas próprias instrutoras das cartas Awareness, um jogo elaborado para alertar sobre os vieses e injustiças que podem ocorrer em sistemas algorítmicos. O deck de cartas integra o projeto Fairness Toolkit e está disponível para download em sua versão original em inglês.
Referências
Investigações sobre injustiças algorítmicas e futuros possíveis
Não há pré-requisitos.
MARIANA MORAIS
Tem interesse em pesquisa nas áreas de tecnologia, tecnopolíticas, inovação, acesso à justiça e direitos humanos. É bacharel em Direito pela USP e atualmente mestre em Design na ESDI/UERJ onde realiza pesquisa sobre inovação e acesso à justica utilizando o Design. Faz parte do NuLawLab, laboratório de design e arte da faculdade de direito da Northeastern University e também foi coordenadora do Laboratório de Design Jurídico da USP. Atualmente é embaixadora de Inovação Cívica da Open Knowledge Brasil e integra a Delegação Youth 2023 do Nic.br.
VALENTINA KURKDJIAN TEIXEIRA
Tem interesse em pesquisa nas áreas de educação, tecnologia, inovação e desenvolvimento sustentável, busca constantemente aprender, ensinar e trocar experiências. Formada em técnica em Multimídia no NAVE/CEJLL e atualmente é estudante de graduação em Design na ESDI/UERJ. Além disso, no meio acadêmico, também atua como estudante de Iniciação Científica no Lab Vis da EBA/UFRJ, no projeto “Visualização de dados públicos de saúde e meio ambiente: Disseminação e Tradução do Conhecimento no auxílio à tomada de decisão”. Além disso, tem atuação profissional em educação na CESAR.School.
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