Estão abertas as inscrições para a 3ª edição regional da Conferência Brasileira de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais na Amazônia (Coda Amazônia 2024). O evento, gratuito, é presencial e acontece nas dependências da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, nos dias 27 e 28 de junho, e no dia 29 de junho em Salvaterra, na Ilha de Marajó. Clique aqui para se inscrever. 

Organizado pela Escola de Dados, programa educacional da Open Knowledge Brasil, o encontro tem patrocínio  do programa Vozes pela Ação Climática Justa (VAC), em parceria com a Hivos. A Faculdade de Comunicação (Facom/UFPA), o Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (PPGCOM/UFPA), além do Observatório do Marajó, são organizações co-realizadoras desta edição.

No âmbito do programa Vozes pela Ação Climática Justa (VAC), as organizações Associação de Afro Envolvimento Casa Preta, InfoAmazonia, PyLadies Manaus, PyData Manaus e a Associação dos Amigos da Inclusão Digital da Amazônia (INDIA/Coletivo Puraqué) também apoiam a organização da conferência.

Programação

O uso de dados para investigações sobre mudança e justiça climática, discussões sobre a produção tecnológica de comunidades indígenas, combate à desinformação e uso da inteligência artificial, são alguns dos temas transversais à programação deste ano. As trilhas de workshops mão na massa e rodas de conversa foram construídas em conjunto com a comunidade, que propôs atividades durante chamada aberta pela organização do evento. Nos próximos dias, serão divulgadas no site oficial do evento as primeiras presenças confirmadas.

Uma das novidades é a realização de sessões de apresentações rápidas, onde jornalistas, pesquisadores, ativistas e lideranças comunitárias poderão apresentar seus projetos guiados por dados, proporcionando um ambiente de trocas e novas parcerias, a fim de fortalecer a comunidade local.

O lançamento do Índice de Dados Abertos para Cidades (ODI Cidades), avaliação inédita desenvolvida pela Open Knowledge Brasil, sobre a disponibilidade e qualidade de dados abertos de todas as capitais brasileiras, também fará parte da programação.

Cerca de 250 pessoas são esperadas para os dois dias de conferência, com atividades práticas facilitadas por convidados nacionais e internacionais, especialistas em ferramentas ou metodologias de trabalho com dados.

“Ano após ano, o Coda Amazônia se consolida como espaço de encontro e fomento à comunidade entusiasta dos dados na região amazônica. Nas duas últimas edições, já tivemos exemplos concretos de novas iniciativas locais sendo criadas e de jornalistas, lideranças comunitárias e pesquisadores aprimorado cada vez mais suas capacidades”, ressaltou a coordenadora da Escola de Dados, Jamile Santana.

Impactos

Um dos impactos diretos do Coda Amazônia é a criação do curso de especialização em Jornalismo de Dados, Inteligência Artificial e Pesquisa Netnográfica (DadosJor) da UFPA, a primeira a abordar o tema em uma universidade pública na região norte do país. “A Amazônia possui um dos ecossistemas mais cobiçados do mundo; logo, nossos dados, nossa história contada por eles, é de interesse de uma miríade de pessoas, jornalistas, ambientalistas, pesquisadores, mas também predadores de todas as ordens. Nada mais justo que nós nos preparemos e nos apropriemos desse autoconhecimento para podermos falar sobre nós mesmos”, observou a diretora da Faculdade de Comunicação (Facom) e da especialização da UFPA, Kalynka Cruz.

Lideranças comunitárias de quilombos e comunidades ribeirinhas dos municípios de Salvaterra, Soure, Afuá, Chaves, Anajás, Oeiras do Pará, Breves e Muaná participaram da última edição, que aconteceu em Belém e em Salvaterra, na Ilha de Marajó. As presenças proporcionaram um intercâmbio de conhecimento e a disseminação dos aprendizados nos territórios. “Aprender e refletir com as lideranças é muito valioso, porque nos permite adotar novas práticas [no trabalho com dados]. A gente sabe que as comunidades tradicionais, ribeirinhas, quilombolas, extrativistas e indígenas já trabalham produzindo dados, informação e saberes há séculos”, afirmou Luti Guedes, diretor-executivo do Observatório do Marajó.