* texto por Marcelo Lima, organizador do Cerveja com Dados Natal
A primeira edição do Cerveja com Dados – Natal tem bate-papo sobre jornalismo de dados, portal de dados abertos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e uma aplicação na indústria petroquímica. Tudo isso junto e misturado no dia 4 de julho, na Livraria Saraiva do Midway Mall, a partir das 19h. Confirme sua presença e convide seus amigos no MeetUp.
A entrada é gratuita, mas as inscrições são limitadas. A proposta é reunir profissionais de diferentes áreas do conhecimento para mostrar como usam dados na rotina de trabalho, no desenvolvimento de ferramentas cidadãs e produção científica.
Idealizado pela Escola de Dados, o evento prioriza o contato informal entre palestrantes e público. Por isso, adota a metodologia “palestras relâmpagos” para estimular a interação. Após as apresentações, a ideia é continuar a conversa numa mesa de bar para aumentar a rede de contatos, tirar dúvidas ou até propor parcerias. É um happy hour de dados. Os dados ficam por conta dos palestrantes. A cerveja é por conta de cada participante.
Encontros como esse ocorreram neste ano em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília e Curitiba. Agora chegou a vez de Natal entrar nessa lista. O evento tem apoio da Livraria Saraiva e do Blog Brechando.
O que são dados?
O valor simbólico atribuído a qualquer elemento é um dado. Exemplo: seu nome ou seu número da lista de chamada na escola. Quando isolado, o dado não tem relevância. O número 23 fora da ordem de chamada da escola é só um dado. Quando ganha um contexto ou um propósito (organizar estudantes em ordem alfabética ou ordem de matrícula de uma determinada turma), o dado se torna uma informação. Note que dados podem ser números ou palavras também. Eles geralmente tem origem num registro ou ocorrência.
Dados abertos são assim definidos quando podem ser acessados, retrabalhados e redistribuídos por qualquer pessoa ou instituição, sendo necessária apenas a atribuição da fonte original e que sua redistribuição seja sob uma licença aberta.
Dados abertos podem transformar nossas vidas?
Os dados, principalmente quando abertos, podem modificar a economia, a democracia e a ciência. Até a década de 1990, a humanidade tinha produzido 12 exabytes de dados. Nesse período de dez anos, ocorreu grande disseminação do uso de computadores na sociedade. Na década seguinte, em 2002, já haviam sido produzidos mais cinco exabytes segundo estudo da Escola de Gerenciamento de Informação da Universidade de Berkeley. Para 2020, a estimativa é que a humanidade tenha acumulado 40 mil exabytes, o que corresponde a 40 trilhões de gigabytes. Muitos chamam esse fenômeno de dilúvio de dados.
O que fazer com isso?
Um estudo da consultoria de negócios Mckinsey mostra que a abertura de dados pode gerar entre US$ 3 e 5 bilhões anualmente em sete setores da economia global: educação, transporte, bens de consumo, eletricidade, gás e óleo, saúde e produtos financeiros.
Do ponto de vista do Estado, a abertura de dados governamentais não só propicia ferramentas tecnológicas de combate à corrupção, como também otimiza a participação social. Com dados sobre políticas públicas, cada cidadão pode avaliar quanto é gasto, quantas pessoas são atendidas e qual o serviço prestado no seu município e compará-lo com o município vizinho ou um de mesmo porte por exemplo.
Na ciência, pesquisadores podem colocar à disposição os dados brutos de sua pesquisa em vez de publicar apenas o resultado final após cruzamentos e filtragens. Essa prática economiza dinheiro, tempo, estimula a produção científica de temas correlatos, a transparência na ciência e acelera a circulação de informação.
Programação:
19h – Jornalismo de dados: AL/RN triplicou cargos comissionados em 5 anos.
Cledivânia Pereira, editora executiva da Tribuna do Norte e repórter colaboradora da Folha de S. Paulo.
19h30 – Governo aberto: 800 órgãos potiguares em um portal de dados abertos.
Frederico Pranto, analista de controle externo TCE/RN.
20h – Indústria 4.0: como natalenses resolveram problema da maior empresa do Brasil.
Gustavo Leitão, professor do IMD/UFRN e cofundador da Logique Inteligência em Sistemas.
Quem são?
Cledivânia Pereira
Jornalista, mestranda de Estudos da Mídia na UFRN, especialista em Mídias Digitais (UnP) e em Gestão de Marcas (UFRN). Editora executiva da Tribuna do Norte e Repórter Colaboradora da Folha de S. Paulo. Professora convidada das pós-graduações em Comunicação e Mídias Digitais da UnP, Estácio e Unifacex.
Frederico Pranto
Mestre em Ciências da Computação (UFRN), residente na especialização em Tecnologia da Informação Aplicada à Área Jurídica e Órgãos de Controle (UFRN), professor mediador no curso técnico de TI pelo Instituto Metrópole Digital (UFRN) e Analista de Controle Externo na área de Tecnologia da Informação no Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte (TCE/RN). Pesquisador na área de dados abertos, Frederico tem se dedicado no fomento da cultura de dados abertos no Estado do Rio Grande do Norte além de contribuir para o crescimento da Comunidade de Dados Abertos do RN.
Gustavo Leitão
Professor do Instituto Metrópole Digital (UFRN), Engenheiro da Computação (2006) e mestre em Ciência e Engenharia de Petróleo (2008) pela UFRN. É cofundador e ex-sócio da Logique, empresa especializada em interconexão de dados e responsável pelo sistema de gerenciamento de alarmes BR-AlarmExpert.